Dias após Zema renovar contrato com mineradora, Novo fará evento no teatro da CBMM

Encontro estadual da legenda que abriga o governador mineiro está marcado para o próximo sábado (15) em Araxá

Romeu Zema durante convenção do Partido Novo

O Partido Novo realizará seu 8º Encontro Estadual em Minas Gerais neste sábado (15) em Araxá, terra natal do governador Romeu Zema. O evento está marcado para o Teatro CBMM, que leva o nome da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, empresa privada que há menos de duas semanas firmou a renovação de um contrato de exploração de nióbio na região do Triângulo Mineiro com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).

Em 30 de outubro, Codemig e CBMM assinaram a prorrogação do vínculo entre as empresas por mais 30 anos com possibilidade de extensão por mais 15. O contrato assegura 25% do lucro líquido com a exploração mineral para a estatal.

A renovação do vínculo se deu em meio a polêmica sobre o decreto de sigilo sobre documentos da empresa. A estatal justificou a classificação com a necessidade de não divulgar informações estratégicas para a renovação do vínculo.

A decisão causou controvérsia pela hipótese de que os dados sigilosos pudessem conter o valor de mercado da Codemig. A empresa é um dos ativos cuja federalização foi aprovada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

A relação entre Codemig e CBMM começou em 1972 quando um contrato de 30 anos de parceria foi firmado. A parceria foi renovada por mais três décadas em 2002. As companhias dividem a exploração de duas minas de nióbio em Araxá. A última renovação aconteceu sete anos antes do fim do vínculo então vigente, que valeria até 2032.

A Codemig no Propag

A federalização da Codemig foi aprovada na Assembleia ainda em julho com um entendimento de que a empresa sozinha poderia atingir ou se aproximar do valor necessário para reduzir os juros cobrados sobre as parcelas no âmbito do Propag.

Privatizações ou federalizações de estatais são parte importante da adesão ao Propag por serem a forma escolhida pelo governo estadual de obter recursos para abatimento do estoque da dívida com a União, hoje avaliada em cerca de R$ 170 bilhões.

O Propag prevê que estados refinanciem em 30 anos a dívida com a União e estabelece mecanismos para reduzir os juros cobrados sobre as parcelas. O projeto do Executivo Estadual é ingressar no programa abatendo 20% do estoque devido.

Para obter o valor necessário na amortização da dívida, o Executivo enviou projetos para federalizar ou privatizar estatais à Assembleia. No caso de Copasa, Gasmig e Copasa, além do texto específico que trata sobre a venda da companhia de saneamento, o governo precisa retirar da constituição a necessidade de realizar um referendo para autorização da privatização.

Hoje os juros são indexados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano. Se o estado conseguir amortizar 20% do estoque da dívida, dois pontos percentuais da cobrança adicional são abatidos.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.

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