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Deputado diz que nomeação de Jorge Messias ao STF seria ‘humilhação para o Senado’

Em entrevista à Itatiaia, Kim Kataguiri (União Brasil-SP) falou sobre a possível reposição do ministro Luís Roberto Barroso na corte

Kataguiri concedeu entrevista exclusiva à Itatiaia nesta terça-feira (30)

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) afirmou que uma possível nomeação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) seria uma humilhação para o Senado. Em entrevista à Itatiaia, o parlamentar falou sobre o cenário de sucessão na corte em caso de uma saída precoce do ministro Luís Roberto Barroso.

Messias é apontado como um dos nomes cotados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o caso de Barroso deixar a corte ainda durante o mandato do petista. À repórter e colunista Edilene Lopes, Kataguiri recordou a atuação do advogado-geral junto aos governos petistas para defender as críticas à eventual indicação.

“Seria uma humilhação muito grande pro Senado. Para quem não se lembra, Messias era aquele ajudante de ordens da Dilma que foi entregar o termo de posse do Ministério da Casa Civil pro Lula fugir da cadeia. É o Bessias das ligações que a Dilma liga pro Lula [...] Então, ele era ali o advogado office boy da Dilma pra salvar o Lula da cadeia. Como recompensa pelos serviços prestados de proteger os escândalos de corrupção do PT e do governo Dilma, ele foi nomeado advogado-geral da União e disputou a vaga pro Supremo contra o ministro Flávio Dino. Perdeu. Agora, abre-se a possibilidade do Lula fazer mais uma indicação deste sujeito”, afirmou o deputado.

Cabe aos senadores realizar a sabatina de aprovação de indicações feitas pela presidência ao STF. Para Kataguiri, a Casa Alta do Congresso Nacional tem adotado uma postura subserviente em relação ao governo federal e uma eventual aprovação de Messias iria na mesma linha.

Apresentada pelo próprio Barroso como possibilidade, a saída precoce do ministro movimenta os bastidores da política. O magistrado só precisaria deixar o cargo em março 2023, aos 75 anos, idade máxima para a aposentadoria compulsória. As chances de uma vaga aberta na corte pode influenciar no cenário eleitoral, uma vez que um dos postulantes é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nome preferido de Lula e do PT para concorrer ao Governo de Minas em 2026.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.