O depoimento do piloto Henrique Traugott Binder Galvão nesta terça-feira (28) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decepcionou os parlamentares do colegiado.
Durante mais de três horas de sessão, Galvão não apresentou novas informações que pudessem ajudar a comissão a avançar nas investigações sobre as fraudes bilionárias em descontos irregulares de associações na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.
O piloto foi convocado por ter realizado voos em aeronaves ligadas à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das entidades apontadas como envolvidas nos esquemas de descontos fraudulentos.
O deputado Zé Trovão (PL-SC) criticou a oitiva e afirmou que a CPMI estava “perdendo tempo” com o depoimento.
“O que nós estamos fazendo aqui hoje é perder tempo. Nós deveríamos estar ouvindo pessoas que desviaram milhões de reais. Se queremos desvendar o roubo nessa comissão, não é ouvindo piloto de avião que vamos alcançar esse objetivo”, disse.
Já o deputado Alencar Santana (PT-SP) defendeu novas convocações para que a CPMI avance nas apurações.
“Tem que vir depor os ex-ministros de Bolsonaro e os presidentes do instituto na gestão Bolsonaro. Porque sabemos que o roubo começou em 2019”, afirmou.
Na segunda parte da tarde da CPMI, será ouvido o empresário Domingos Sávio de Castro, apontado como sócio de dois call centers citados em relatórios da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Uma dessas empresas também pertence a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como o principal articulador do esquema.
De acordo com as investigações, Castro é ou foi sócio de empresas como a DM&H Assessoria Empresarial e Corretora de Seguros Ltda., que teria repassado cerca de R$ 2 milhões a Antunes.
Ele também é apontado como sócio do “Careca do INSS” na empresa ACDS Call Center.
