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Cemig, Copasa e Codemig: Zema fala sobre planos para privatizações de estatais mineiras

Governador Romeu Zema admitiu dificuldades para avançar com projetos de privatização por falta de articulação política em seu primeiro mandato

Governador Romeu Zema afirmou que continua com planos para privatizar Cemig, Copasa e Codemig

A privatização ou federalização de empresas estatais de Minas Gerais ainda está no plano do governo de Minas Gerais e pode avançar com as negociações do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados, o Propag.

A afirmação é do governador Romeu Zema (Novo), que admitiu dificuldades para avançar com os projetos de privatização da Cemig, Copasa e Codemig durante seu primeiro mandato por falta de articulação política.

“Eu acabo incomodando mais o establishment político do que outros governadores. Fui eleito em 2018 sem nenhum prefeito me apoiando. Acho que o fato de alguém de fora da política entrar na política causa um mal estar muito grande. Ainda percebo isso. Na minha primeira gestão tivemos uma dificuldade com a ALMG, que está superada nesta segunda gestão”, disse Zema.

“Mas nunca houve um governo em Minas que vendesse tantas participações acionárias quanto nós vendemos. Light, Renova, Belo Monte, Santo Antonio, posso te mandar uma lista de mais de 100 empresas que nós vendemos. Nós enfrentamos CPIs totalmente descabidas. Uma CPI da Cemig totalmente descabida, que procurava cabelo em ovo”, avaliou.

O governador afirmou que parte da classe política no estado mantém “apego pelas empresas estatais por interesses políticos”.

“Em Minas, nós temos, por parte da classe política, um apego a essas empresas que sempre serviram para atender interesses eleitoreiros. Vou dar um exemplo: o principal motivo de levar dinheiro para energia solar, é que antes, a Cemig só dava autorização para quem era amigo do rei. Esse amigo em vez de fazer investimentos, negociava essa autorização no mercado. Eu assumi e pedi para o CEO da Cemig um mapa de Minas com todos os locais onde é possível fazer usinas fotovoltáicas. Aí os investimentos vieram”, explicou.

Zema afirmou ainda que o processo de adesão de Minas Gerais ao Propag poderá facilitar o processo de privatização ou de federalização das estatais mineiras.

“Agora, estou muito confiante de que, com o Propag, vamos avançar nas privatizações. O que ainda não foi feito, muito provavelmente será feito. A Cemig, qualquer que seja o caminho, federalização ou leilão, precisa ser transformada em uma corporation. É um passo que vai ser dado antes de qualquer outro. E com isso, o estado pode continuar tendo 17% de uma empresa muito melhor gerida, sem engessamento. Se ela se transformar em uma corporation o mineiro já estará ganhando muito. Vamos ter uma empresa viável. As empresas que não se transformarem vão perder suas concessões e se não avançarmos, daqui a 10 anos a Cemig estará valendo algo próximo de zero”, finalizou Zema.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.