O vice-governador Mateus Simões (Novo) voltou a usar o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para tensionar o relacionamento com o presidente Lula. Declarou que o governo federal está roubando Minas Gerais e cobrou da Assembleia agilidade na aprovação dos projetos do Propag. O
Minas tem uma dívida estrutural com a União fundada em 1998, que hoje alcança R$ 168,5 bilhões. O Propag foi uma proposta que nasceu na Assembleia e foi levada em 2023 por Tadeu ao senador Rodrigo Pacheco (PSD) como alternativa ao atual Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Em grandes números, se continuar no Regime de Recuperação Fiscal, em 30 anos, Minas pagará à União R$ 200 bilhões a mais do que pagaria, se optar este ano pelo Propag.
A Assembleia já aprovou a autorização para a adesão do estado ao Propag. Se Minas aderir amortizando 20%, - cerca de R$ 34 bilhões - os juros caem pela metade. Neste momento, a dificuldade está nos prazos. O BNDES indica que só terá avaliação dos ativos mineiros no meio do ano que vem, mas o decreto que regulamenta o Propag, estabelece 30 de outubro como data para que o governo do estado indique os ativos para amortizar. Tadeu afirmou que ele já está fazendo o que seria papel do Estado: dialogar com o governo federal para alterar prazos do decreto.
O recado de Tadeu foi claro: primeiro o interesse de Minas; depois a eleição. Ou em bom mineirês: Nada de passar o carro na frente dos bois.