Minas Gerais tem combinado obras públicas e concessões à iniciativa privada nos projetos de recomposição das rodovias estaduais. O modelo, no entanto, enfrenta críticas sobre transparência, custo de pedágios e o papel do poder público.
Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Pedro Bruno, a situação encontrada no início da atual gestão era crítica, e parte da resposta veio por meio de investimentos diretos do Estado.
“Apenas no ano de 2025, mais de 1.400 km de rodovias foram recuperadas por meio do Departamento de Estrada de Rodagem, praticamente R$ 2 bilhões investidos nas estradas”, disse.
Investimentos
O secretário explicou que a estratégia adotada não se apoia em concessões e na “complementaridade entre investimento público feito pelo DER e privado feito pelas concessões, que vai fazer com que a gente consiga melhorar cada vez mais a infraestrutura rodoviária do Estado”, afirmou.
Além dos recursos públicos, Pedro Bruno destacou aportes privados realizados por meio de contratos de concessão. “A gente teve também R$ 1,2 bilhões de investimentos feitos pelas concessões do Estado”, disse.
Entre as entregas de 2025, o secretário citou obras consideradas estratégicas para a logística e o trânsito urbano no Norte de Minas.
Expectativa para 2026
Para 2026, a expectativa é de continuidade das obras e novos contratos. “A nossa expectativa são investimentos muito relevantes, como por exemplo o início das obras de duplicação da BR-365 na região do Triângulo Mineiro”, disse o secretário.
Outro projeto citado foi o lote Ouro Preto–Mariana, que integra o acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Mariana em janeiro. “A primeira grande entrega do acordo de reparação de Mariana. São mais de R$ 2 bilhões de recursos oriundos do acordo”, afirmou.
Segundo ele, a obra deve melhorar a ligação entre as duas cidades históricas. “Vai encurtar em muito a distância, com mais segurança, mais fluidez e mais qualidade de vida pros milhares de mineiros que trafegam diariamente nesse corredor”.
Críticas do governo Lula
O modelo de concessões em Minas também foi alvo de críticas recentes do Governo Federal. O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que as concessões estaduais seriam menos transparentes e teriam pedágios mais caros. Questionado sobre o tema, Pedro Bruno disse que o Estado tem buscado alinhar seus modelos aos padrões nacionais com foi a criação da Artemig, a Agência Reguladora de Transportes de Minas Gerais
‘Cidadão quer rodar’
Pedro Bruno afirmou que, independentemente do modelo de gestão, o foco deve ser o usuário da rodovia. “O cidadão, o mineiro, ele não quer saber se é rodovia municipal, estadual ou federal, ele quer rodar em rodovias com segurança”, disse. “Ele quer ter tranquilidade de ir e voltar do seu trabalho, de ir e voltar da universidade com segurança”.
Por fim, o secretário defendeu a cooperação entre os entes federativos. “A agenda de infraestrutura é uma agenda de Estado, então nós temos que trabalhar em conjunto com as prefeituras e com o Governo Federal, sempre por meio do diálogo”, afirmou.