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Anderson Torres é considerado pela PGR peça chave em elaboração de ‘minuta do golpe’

Ex-ministro da Justiça será o segundo a ficar frente a frente com Alexandre de Moraes nesta terça-feira (10)

O ex-ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres, segundo réu a prestar depoimento nesta terça-feira (10), no segundo dia de interrogatórios dos envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

Um dos principais aliados de Bolsonaro, Torres é acusado de propagar informações falsas sobre a segurança nas urnas eletrônicas e também de implementar bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para impedir eleitores de presidente Lula (PT) de chegarem às urnas.

‘Decreto de Estado de Defesa’

O ex-ministro da Justiça também é acusado de participar da elaboração de documentos para manter Bolsonaro no poder. Foi na casa dele que investigadores encontraram o documento com um decreto de Estado de Defesa, que foi chamado de ‘minuta do golpe’.

Em depoimento na CPMI do 8 de Janeiro, Torres minimizou a importância do documento. “No dia 10 de janeiro, durante uma busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos”, disse o ex-ministro.

“Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro. Em razão da sobrecarga de trabalho, eu normalmente levava a pasta de documentos para casa. Os documentos importantes eram despachados e retornavam ao ministério, sendo os demais descartados. Um desses documentos deixados para descarte foi o texto chamado de ‘minuta do golpe’”, contou Anderson Torres.

Prisão por 117 dias

Torres foi secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

No dia, estava de férias nos Estados Unidos e foi preso ao retornar ao Brasil no dia 14 daquele mês, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele ficou preso por 117 dias, a pedido da Polícia Federal, acusado de omissão.

Torres foi solto quatro meses depois e desde então cumpre medida cautelar com uso de tornozeleira.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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