O Supremo Tribunal Federal realiza nesta terça-feira (10), a partir das 9h, o segundo dia de interrogatórios dos réus acusados de envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. O depoimento que abre o dia é o do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, acusado de colocar as tropas à disposição de Jair Bolsonaro para executar o plano golpista. Segundo o delator Mauro Cid, Garnier participou ativamente das articulações em dezembro daquele ano.
Além de Garnier, ainda serão ouvidos outros cinco réus do núcleo central da trama: Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
A sessão será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, com participação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A transmissão está prevista pela TV Justiça.
Cid pressionado
Na segunda-feira (9), primeiro dia de julgamento, o principal depoimento foi do delator do caso, Mauro Cid.
Ele foi questionado pela Procuradoria-geral da República e confirmou que Bolsonaro leu e alterou a “minuta do golpe”, além de relatar o envolvimento de Braga Netto em um plano para matar autoridades.
Durante seu interrogatório, Cid também disse várias vezes não se lembrar quando questionado sobre alguns fatos e negou que Bolsonaro tivesse conhecimento, por exemplo, do planejamento sobre os atos de 8 de janeiro de 2023.
Ramagem, por sua vez, admitiu ter produzido um arquivo para desacreditar as urnas, mas negou que o tenha enviado ao então presidente.
Com os depoimentos, o STF encerra a fase de coleta de provas antes do julgamento na Primeira Turma.