Durante sua agenda em Paris, nesta quinta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao governo da França para ajudar a fechar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Lula assumirá a presidência do Mercosul no dia 6 e declarou que não quer deixar o cargo sem antes concluir a negociação.
“Não vou deixar a presidência do Mercosul sem concluir esse acordo com a União Europeia. Portanto, meu caro, abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com nosso querido Mercosul”, disse Lula a Macon.
Ele destacou que o Brasil sempre foi contrário ao protecionismo e criticou a resistência francesa em proteger os agricultores locais, o que atrasa o tratado. “Queremos continuar a importar vinhos e queijos franceses, mas não podemos voltar ao protecionismo”, falou o presidente brasileiro.
Lula propôs que “cooperativas brasileiras conversem com cooperativas francesas” para resolver essas diferenças.
Contexto e posição da França
O acordo, negociado por 20 anos, ainda não foi assinado porque a Europa teme a concorrência de produtos agrícolas do Mercosul. Macron reconheceu as vantagens do pacto, mas lembrou que existe diferença nas regras de produção:
“Esse acordo, num momento crucial, é bom para muitos setores, mas traz risco para os agricultores europeus. Proibimos certos agrotóxicos para proteger a biodiversidade e reduzir CO₂. Os países do Mercosul não têm as mesmas regras”, disse Macron.