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Haddad diz que IOF foi debatido ‘na mesa do presidente’ e nega erro na condução

Em entrevista ao jornal O Globo, Ministro da Fazenda enfatizou que a regularização do imposto é um processo contínuo e que o diálogo com a sociedade é constante

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, em entrevista ao Jornal O Globo, as recentes decisões do governo sobre o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e negou que tenha havido erro na condução da medida. Segundo ele, o tema foi amplamente discutido dentro do governo e passou pelo crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Isso foi debatido na mesa do presidente. E o presidente convoca os ministros que ele considera pertinentes para o caso”, afirmou Haddad.

A medida, que foi parcialmente revertida após pressão de agentes do mercado e de integrantes do próprio governo, foi, segundo o ministro, fruto de um processo técnico. “Foi tomada horas depois do anúncio, assim que me chegaram as informações sobre o problema”, disse. Ele explicou ainda que checou com conselheiros de confiança e, identificando o ruído, convocou sua equipe para redigir a correção.

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O aumento do IOF fazia parte de um “combo” anunciado pela equipe econômica que incluiu o contingenciamento de R$ 31,3 bilhões. A medida acabou ofuscando o esforço de ajuste fiscal. Ainda assim, Haddad defendeu a decisão inicial e negou que tenha havido precipitação. “Não acredito que isso desmereça a construção que foi feita. Não corrigir depois das informações prestadas seria um erro”, pontuou.

Apesar da polêmica, o ministro reiterou que “a regularização do IOF está sendo estudada há bastante tempo” e que o Ministério da Fazenda está “sempre reavaliando medidas regulatórias”, que são, segundo Haddad, “medidas regulatórias” que são “calibradas ao longo do tempo sem que sequer percebam”.

Questionado se o aumento do IOF para remessas ao exterior e compra de papel moeda configuraria uma tentativa de controle de capitais, Haddad rejeitou a tese: “Acredito que essa sensação se dissipou com a revisão que foi feita. Um dos objetivos da revisão era dissipar essa ideia, que nunca esteve no horizonte do governo”.

Desgaste de Lula

Na entrevista, Haddad também abordou o impacto das decisões econômicas na popularidade do presidente Lula. Mesmo com indicadores positivos, como crescimento acima do esperado e geração de empregos, ele reconheceu que outros fatores pesam na avaliação da gestão.

“A economia sempre vai ser muito importante, mas, no contexto atual, ela não é o todo de uma avaliação. A extrema direita mobiliza uma agenda cultural mais ampla, que transcende a questão econômica”, disse.

O ministro negou que o governo esteja cedendo à lógica eleitoral ao lançar medidas de alívio ao consumidor, como vale-gás e cortes na conta de luz.

“Se formos nos deixar levar pela conjuntura para corrigir injustiças, não faremos nem uma coisa nem outra”, argumentou, reforçando que há espaço para políticas sociais sem comprometer o controle inflacionário. “A inflação vai surpreender positivamente no final do ano. No ano que vem, vamos estar dentro da banda de novo”.

Eleições 2026

Ao comentar sobre a possibilidade de o PT disputar as eleições de 2026 sem Lula, Haddad foi enfático ao afirmar que isso está fora de cogitação. Para ele, o tempo até o início do processo eleitoral é curto demais para se discutir um cenário sem a candidatura do ex-presidente.

Em relação ao próprio futuro político, Haddad descartou disputar as eleições de 2026 e diz já ter comunicado essa decisão à direção do PT.

“O presidente nunca me perguntou sobre isso. Mas manifestei para a direção do PT, com bastante antecedência, que não tinha a intenção de ser candidato em 2026".

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.