O senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), negou nesta sexta-feira (23) ter sido convidado para reuniões de teor golpista após as eleições de 2022 e afirmou ter ficado sabendo dos encontros pela imprensa.
Ele depôs à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno na ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A audiência foi conduzida pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Mourão negou também que tenha rasgado uma minuta que previa as medidas a serem adotadas para deflagrar a tomada de poder, como consta em uma mensagem trocada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com outro militar. “É mais uma das fantasias que circulam pela internet”, declarou.
O senador acusou ainda o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela responsabilidade dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
A Corte ouviu ainda dois coronéis do Exército, Alex D’Alosso Minussi e Gustavo Suarez da Silva, que trabalharam em cargos de chefia no GSI da Presidência durante a gestão de Heleno.
Eles negaram que o então ministro discutisse questões políticas com seus subordinados e disseram ter havido uma “redução da influência” do general sobre Bolsonaro após a segunda metade do mandato.