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Governo de MG não prevê reajuste geral para servidores em 2025, diz secretário de Zema

Sem reajuste geral para todos os servidores do Executivo, governo Zema prevê um reajuste para área da Educação estimado em 5,26%

O governo de Minas Gerais não prevê um reajuste geral para os servidores do Executivo em 2025. O aviso foi do secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, que particiopu nesta terça-feira (15), de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para tratar de reajustes do funcionalismo.

“Não temos condições orçamentárias, financeiras e previsibilidade de fazer um reajuste geral em 2025”, afirmou Luiz Cláudio.

Apesar de admitir não ter condições de fazer um reajuste para todo o funcionalismo, o governo de Minas enviou no mês passado um projeto de lei que prevê reajuste de 5,26% para os servidores da educação.

O secretário de Fazenda ressaltou o cenário ainda de alerta nas contas do governo estadual, mas comemorou a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira (14).

“Não existe política pública sem um Estado organizado em termos fiscais e financeiros. Isso incluiu as políticas de saúde, segurança e educação. E também as políticas de valorização do funcionalismo. O governador está sendo muito claro de que não vamos assumir compromissos que não podemos cumprir. O risco é muito grande. O estado não entrou no RRF à toa. O estado ficou em situação de insolvência. Isso ficou claro com o atraso de salários, atrasos de transferências constitucionais e sem conseguir pagar seus compromissos”, afirmou Luiz Cláudio Gomes.

Durante audiência na ALMG, o secretário do governo Zema ouviu duras críticas de deputados que representam as categorias da Segurança Pública.

O deputado Sargento Rodrigues (PL) afirmou que o governo estadual descumpre a lei ao não garantir, pelo menos, as perdas inflacionárias para todos os servidores. Ele afirmou que vai obstruir todos os projetos de Zema na ALMG.

“O secretário não cumpriu a lei. A AGE tem ajudado o governo de Minas a dar calote nos servidores. O governo usa uma lei para impedir a promoção de policiais penais e policiais civis. O senhor vem até aqui e faz os parlamentares de palhaço. O senhor diz que o governo vai encaminhar os projetos de lei para ingressar no Propag. Eu obstruo qualquer coisa. Não tenho rabo preso com ninguém. Não devo favor a governador nenhum. O único mecanismo que me restou é fazer obstrução a todos os projetos do governo. E será obstrução total”, afirmou Rodrigues.

Reajuste para Educação

O reajuste proposto é no percentual de 5,26%, assegurando que o valor do vencimento básico inicial dos servidores do magistério no Poder Executivo de MG será equivalente ao piso nacional.

O pagamento será retroativo ao dia 1º de janeiro de 2025 e contempla os servidores das carreiras do Grupo de Atividades da Educação básica, conforme a Portaria Interministerial MEC/Fazenda nº 13/2024, publicada em 23/12/2024, incluindo professores, especialistas e assistentes técnicos.

Segundo o governo de MG, o reajuste nos valores do piso da educação abrange 432.192 pagamentos, sendo 255.927 ativos e 176.265 inativos, o correspondente a mais de 62% do total de pagamentos do Poder Executivo estadual.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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