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Semana no Congresso tem definição sobre reforma do IR, anistia e Código Eleitoral

Parlamentares retornam a Brasília com pendências após a viagem dos presidentes da Câmara e do Senado à Ásia

Fachada do Congresso Nacional

Com o retorno dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao Brasil após uma semana em viagem à Ásia, o Congresso tem no radar o debate sobre a reforma do Imposto de Renda (IR), a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o novo Código Eleitoral.

Reforma do IR

Prioritária para o governo, a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais depende de Motta para começar a tramitar. Cabe a ele definir se o texto passará pela análise das comissões antes da votação no plenário e quem será o relator da proposta.

Há expectativa de que um deputado do Centrão assuma o posto, em uma tentativa de aproximação do governo com esses partidos. Cláudio Cajado (PP-BA), Pedro Paulo (PSD-RJ) e Rubens Pereira Jr. (PT-MA) são cotados para a função.

O projeto foi enviado pelo governo com “urgência constitucional”, regime que determina a votação do texto no prazo de 45 dias em cada Casa, sob pena de trancar a pauta do plenário até que a análise seja concluída.

Anistia

Após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter se tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, a oposição tem intensificado a articulação pela aprovação do projeto que anistia os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirma já ter reunido o apoio de 8 partidos, incluindo alguns da base do governo, e mais de 300 votos favoráveis à proposta. Ele deve se reunir com Motta na terça-feira (1º) para tentar incluir a urgência para o projeto na pauta de votações da próxima semana. A oposição também ameaça obstruir os trabalhos caso o texto não seja votado.

PEC da Segurança Pública

Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o governo também deve reunir líderes partidários nesta semana para discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) que redefine o papel da União, estados e municípios nas ações de segurança pública.

A PEC, que contou com a colaboração de diversos setores, incluindo os governadores, mantém o comando das polícias civil e militar sob responsabilidade dos estados e do Distrito Federal. Uma das novidades é o uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para o policiamento ostensivo.

Pela nova versão do texto, apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, as Guardas Municipais farão parte do rol dos órgãos de segurança pública, formalizando o papel das corporações no policiamento ostensivo e comunitário.

Novo Código Eleitoral

O projeto de lei que estabelece um novo Código Eleitoral está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto é relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), que lerá seu parecer na quarta-feira (2).

Já aprovada na Câmara, a proposta reúne, por exemplo, regras para partidos políticos e federações, a atuação dos tribunais regionais eleitorais e dos juízes eleitorais e prazos de inelegibilidade.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.