O ex-ministro da Justiça Anderson Torres é um dos denunciados pela Procuradoria Geral da República por tramar um golpe de Estado para beneficiar Jair Bolsonaro. A defesa de Torres, no entanto, aponta que ele “jamais participou de qualquer ação golpista”.
A afirmação é do advogado Eumar Roberto Novacki, que representa Torres na sessão da 1ª Turma do Supremo nesta terça-feira (25).O ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode se tornar réu nesta semana, acompanha o julgamento na primeira fileira.
Novacki nega que Torres tenha ordenado à Polícia Rodoviária Federal que fizesse blitze e apreendesse veículos em áreas onde Lula tinha mais eleitores para atrapalhar o deslocamento no dia da eleição.
“São ilações e palavras de terceiros. Em nenhum momento apontam conduta concreta de Torres. A PGR omite que na reunião havia 15 pessoas para tratar da segurança das eleições. Não foi tratado qualquer tipo de policiamento direcionado”, afirma.
Assim como a defesa de Alexandre Ramagem, a de Torres também insiste que a delação premiada de Mauro Cid não o incrimina.
“O depoimento de Cid não implica Torres. As quebras de sigilo com quem Torres teve contato demonstram que nada foi encontrado que o incriminasse, mas demonstram seu espírito apaziguador e democrático. Por isso a defesa entregou todas as senhas da nuvem e de email”, lembra Novacki.
Quem está sendo julgado pelo STF?
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
- Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Por quais crimes os acusados foram denunciados?
Os envolvidos no caso são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio da União.
