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Pedágio no Vetor Norte de BH gera debate acalorado em audiência na ALMG

Governo de Minas defende concessões para melhorias viárias, enquanto parlamentares e prefeitos alertam para aumento de custos aos usuários e impactos na mobilidade

Gustavo Valadares (deputado estadual PMN/MG), João Magalhães (deputado estadual MDB/MG), Pedro Bruno Barros de Souza (secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias), Mauro Tramonte (deputado estadual REPUBLICANOS/MG), Bella Gonçalves (deputada estadual PSOL/MG), Beatriz Cerqueira (deputada estadual PT/MG)

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) colocou frente a frente, nesta quinta-feira (27), representantes do governo estadual e parlamentares contrários à instalação de praças de pedágio no Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Participaram do encontro os deputados estaduais Beatriz Cerqueira (PT), Mauro Tramonte (Republicanos), João Magalhães (MDB), Zé Guilherme (PP), Bella Gonçalves (PSOL), Gustavo Valadares (PMN), o secretário de obras e infraestrutura, Pedro Bruno, o vereador Wanderley Porto (PRD), representando a prefeitura de Belo Horizonte, além de representantes executivos e legislativos de cidades da região metropolitana que serão afetadas pelo projeto.

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Pedro Bruno defendeu a proposta ao destacar a necessidade de investimentos na malha viária por meio de concessões e parcerias público-privadas.

“Lembrando que somos a terceira maior economia do país, o segundo maior mercado consumidor, e falo aqui com muita tranquilidade que nós somos o principal corredor logístico do país. Minas Gerais está no centro do nosso país, conecta o Sul e o Sudeste do Brasil ao Norte, ao Nordeste, ao Centro-Oeste. Então, grande parte da carga e do fluxo de pessoas passa pelo nosso estado. Com certeza, se tivéssemos uma infraestrutura melhor, teríamos ainda mais desenvolvimento”, argumentou o secretário.

Críticas ao projeto de Zema

No entanto, o projeto enfrenta forte resistência na Casa. A deputada estadual Lohanna França (PV) criticou a apresentação do governo por destacar apenas os aspectos positivos, sem considerar os custos adicionais para os usuários. “É o copo meio cheio, com promessas de descontos, e meio vazio, porque, ainda assim, vai gerar um custo ao trabalhador”, afirmou.

A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) foi mais enfática em sua oposição e c lassificou o pedágio na região metropolitana como prejudicial à mobilidade e ao acesso a serviços públicos.

“Imagine aquele estudante que vai para a UFMG, para a UEMG, conseguiu garantir sua educação pública e vai ter que largar porque o transporte vai ficar mais caro. Por isso, defendemos que pedágio na região metropolitana fragmenta sim a mobilidade na região e a possibilidade de acesso a serviços e infraestruturas”, declarou.

Bate boca

Do lado do governo, o deputado Gustavo Valadares (PL), da base do governador Romeu Zema, rebateu as críticas e defendeu que as melhorias nas rodovias só serão percebidas a longo prazo.

Valadares foi interrompido algumas vezes pelo público, com críticas de pessoas contra o projeto dos pedágios. “Venha me encontrar em sete anos e você estará favorável ao pedágio”, disse a um dos participantes da audiência.

O governo Zema argumenta que as concessões são essenciais para a modernização da infraestrutura viária e critica tentativas de barrar o projeto. O governador chegou a dizer que medidas contrárias ao projeto poderiam “fossilizar” o progresso do estado.

A proposta ainda será discutida em outras audiências públicas na casa antes de avançar

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.