Ouvindo...

BH: fim das motos de aplicativo no Anel Rodoviário? Veja a proposta

Superintendente do Ministério do Trabalho diz que a ideia será apresentada em meio aos debates do projeto de regulamentação da atividade em Belo Horizonte

O Superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, quer propor que motociclistas de aplicativo que transportam passageiros em Belo Horizonte sejam proibidos de transitar no Anel Rodoviário.

A ideia surgiu durante uma reunião entre vereadores, o MPT, além de representantes dos motociclistas e das plataformas Uber e 99 na Câmara Municipal.

Leia também

A proposta será apresentada pelo superintendente durante as discussões do projeto de regulamentação da atividade em BH, que deve ser apresentada em até 90 dias. O argumento de Calazans é que as motos - muitas com cilindradas baixas - competem na rodovia com caminhões, o que representa perigo para o motociclista e para o passageiro.

“Uma moto com uma potência pequena vai enfrentar o Anel Rodoviário com caminhão bitrem, com caminhões em alta velocidade. É um perigo. E é possível encontrar rotas alternativas para evitar passar no Anel Rodoviário”, afirmou, admitindo que a ideia não foi bem recebida pelos presentes na reunião.

“Foi uma recomendação, houve polêmica, alguns motociclistas não concordaram, mas eu insisto, andar com moto passageiro no Anel é muito arriscado”.

Ainda assim, Calazans afirma que levará o tema à mesa de discussões, dizendo ser possível que o bloqueio seja feito pelas plataformas. “Eu vou colocar isso durante o debate da regulamentação, porque, por exemplo, em São Paulo, mesmo com a polêmica de ter ou não moto em São Paulo, as plataformas bloquearam o centro da cidade. Ou seja, a plataforma impedia os motociclistas de ir ao centro porque eles constataram que ali tinha muitos acidentes. Aqui pode ser também uma alternativa”.

Outras sugestões

Carlos Calazans tem uma série de recomendações para apresentar nas conversas sobre o projeto de regulamentação. Ele quer, por exemplo, que os passageiros que usam o transporte por moto em aplicativos com frequência tenham suas próprias toucas - acessório que seria usado por baixo do capacete fornecido pelo motociclista como medida de higiene.

“Se uma pessoa usa a moto porque é barato e é mais rápido, então compra a sua touca, compra uma touquinha e põe na cabeça, porque você vai usar o mesmo capacete que foi usado em 30 pessoas e está suado. Ou às vezes até compra um capacete. Usa sempre a moto? Então compra o capacete. Você já tem o seu capacete, seja mulher, seja um rapazinho. Tenha o seu equipamento de proteção próprio, porque você usa a moto”, disse. Durante a reunião, foi discutido, inclusive, se as toucas poderiam ser fornecidas pelas plataformas.

Calazans tem outras recomendações para aumentar a segurança dos passageiros. “Se você vai entrar na traseira de uma moto para ser conduzido, não use o celular, porque a gente vê isso demais, a pessoa sendo conduzida e atrás conversando no celular como se estivesse na casa dele. É um perigo. Evite estar de chinelo, salto alto, tenha o sapato fechado”.


Participe dos canais da Itatiaia:

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.