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Simões diz que aprovação do Propag na ALMG deve ser consenso entre PT e base de Zema

Vice-governador afirmou que definição sobre plano para renegociar dívida de Minas com a União será prioridade da ALMG em 2025

Simões espera que aprovação do Propag na ALMG seja apoiada por base e oposição a Zema

O vice-governador Mateus Simões (Novo) classificou a aprovação do Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados, o Propag, como prioridade do governo Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 2025 e avaliou que o tema deve unir a base do governo com a oposição, inclusive com apoio de deputados do PT.

“O Propag é nosso maior desafio para 2025. Ele foi construído com a presença do presidente Tadeu Leite. é importantíssimo para o próprio legislativo que o Propag seja aprovado. Essa proposta foi gestada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, junto com o Ministério da Fazenda. Não acho que teremos dificuldades com o Propag. É um projeto federal para Minas Gerais, o governo federal é conduzido pelo PT e na oposição temos o PT como maior partido de oposição, então não teremos pontos de dissenso. É um projeto comum dos nossos adversários políticos e do governo do estado. É um ponto de consenso”, afirmou o vice-governador, em entrevista na manhã desta sexta-feira (14).

O Propag foi aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional no ano passado e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início deste ano. No entanto, os vetos de Lula desagradaram alguns governadores, que articulam junto aos deputados e senadores a derrubada dos vetos.

Após ser definido pelo Congresso, o Propag deve passar pela análise dos Legislativos estaduais.

A nova lei autoriza desconto nos juros, dá prazo de 30 anos para pagamento (360 parcelas), abre a possibilidade de os estados transferir ativos para a União como parte do pagamento e cria exigências de investimento em educação, formação profissional, saneamento, habitação, enfrentamento das mudanças climáticas, transporte e segurança pública como contrapartida.

Será mantida como regra a taxa de juros atualmente cobrada pela União, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acrescido de 4% ao ano. Mas haverá descontos segundo o montante da dívida que será quitado na entrada e outras regras fiscais e financeiras específicas. Com isso, estados poderão alcançar taxas de juros de IPCA mais 0%, 1% ou 2%.

Apoio do TCE

Mateus Simões afirmou ainda que a participação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na análise do Propag e disse que a posição do conselheiro Durval Ângelo, novo presidente do tribunal, é a mesma do governo Zema.

“A relação institucional em Minas é muito positiva. As palavras do presidente Durval sobre o Propag são completamente alinhadas com a minha visão e do governo. O Propag reduz juros, é melhor para a gente. O Propag alonga prazos, é melhor para a gente. Mas a dívida nos machuca muito, nos impede de investir mais em saúde, educação, segurança e infraestrutura”, disse Simões.

“O valor do juro da dívida de MG com a União é quatro vezes maior do que todo o orçamento de infraestrutura em todo o estado. Ou seja, pago para a União, todo ano, quatro vezes mais do que gasto com infraestrutura, por exemplo, em asfalto para recuperar 23 mil quilômetros de estradas. Fico feliz em ver que o Tribunal vai nos ajudar entregando essa análise, tenho certeza que vamos caminhar juntos e alinhados institucionalmente”, finalizou o vice.

Ao tomar posse como presidente do TCE-MG, o conselheiro Durval Ângelo, no entanto, defendeu os vetos de Lula ao programa.

“O Propag foi gestado em Minas Gerais pelo ex-presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) e pelo presidente da Assembleia Legislativa (Tadeu Leite). E, se vocês olharem bem, o presidente Lula vetou os acréscimos apresentados na Câmara Federal. O original, de Pacheco, está mantido”, pontuou Durval Ângelo.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.