O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), para esclarecimentos sobre declarações dadas em uma entrevista em que ele deu a entender que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, “conversam muito”.
A ordem de depoimento acontece por que os dois estão proibidos, por ordem de Moraes, de manterem contato, pois são investigados na ação relativa à suposta tentativa de golpe de Estado.
“Nosso presidente (Valdemar) conversa muito com o Bolsonaro, que é nosso presidente de honra. Espero que daqui a pouco eles possam conversar na mesma sala para se ajudarem ainda mais” disse o governador à “Jovem Pan”, em 13 de janeiro.
Pouco antes da declaração, Jorginho afirmou que Valdemar estava “amargurado” com a decisão de proibição de Moraes, mas destacou que, mesmo assim, os aliados mantinham uma postura de distanciamento físico.
“Ele (Valdemar) está amargurado agora porque o ministro Alexandre proibiu eles de conversarem. Tem o diretório nacional de Brasília e, quando o Bolsonaro está no escritório, ele fica lá no outro lado, em uma outra praça, a mais de 200 metros, para não conversarem.”
A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe após a vitória de Lula (PT) na eleição presidencial de 2022. Desde fevereiro de 2024, por ordem de Moraes, eles estão proibidos de manter qualquer contato entre os dois.
O veto afetou a articulação interna do PL nas eleições municipais de 2024. Bolsonaro e Valdemar tentaram, sem sucesso, derrubar a restrição no STF.
Procurada pela Itatiaia, a equipe de Jorginho Mello disse que não vai se manifestar sobre a decisão.
