A disputa pela presidência da
O atual presidente quer tentar a reeleição. O Dr. Marcos Vinicius é defensor da continuidade do trabalho. Prefeitos que o apoiam citam como fatores positivos a experiência do político à frente do cargo e que ele terá mais tempo para se dedicar à AMM a partir deste ano. Nos próximos quatro anos, Marcos Vinícius não terá mandato de prefeito. Após dois mandatos à frente de Coronel Fabriciano, ele conseguiu eleger o sucessor, Sadi Lucca (PL), para comandar o município do Vale do Aço.
No fator resistência, Dr. Marcos terá que enfrentar prefeitos considerados tradicionais. Apesar do regimento da AMM permitir, prefeitos, ouvidos pela Itatiaia, não concordam com a possibilidade de um candidato à presidência da AMM não ter mandato de prefeito. Eles temem que ocorra um distanciamento entre a associação e as prefeituras.
O prefeito de
Entre os desafios, Falcão terá que enfrentar alguns deputados estaduais e federais. Ouvidos por nossa reportagem, parlamentares, que tem influência principalmente em pequenos municípios, avaliam negativamente o fato de Luís Eduardo ser casado com a deputada estadual, Lud Falcão (Podemos). O entendimento dos deputados é de que a candidatura à presidência da AMM é um projeto de poder da família Falcão e visa cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O presidente não quis conceder entrevista. Falcão fala em gestão inovadora.
A Itatiaia procurou os dois candidatos para entrevistas. Procurado, o atual presidente da Associação Mineira de Municípios, Marcos Vinicius Bizarro, não quis conceder entrevista à reportagem. A assessoria de comunicação do presidente afirmou que ele não comentaria nada sobre a eleição da AMM.
O prefeito reeleito de Patos de Minas, Luis Eduardo Falcão, diz que foi procurado por prefeitos para colocar a sua candidatura.
“Nossa candidatura é muito natural, fui presidente da Associação dos Municípios do Alto Paranaíba, fui vice-presidente da AMM, me afastei para candidata à reeleição em Patos, mas agora, com o fim do mandato do atual presidente da AMM, como ele não é prefeito mais, é um ex-prefeito, o pessoal quer ser representado por alguém que tenha mandato, ou seja, que esteja vivendo os problemas, as dificuldades, principalmente, que é quando uma entidade representativa deve mostrar sua força”, disse.
Questionado, Falcão, que faz parte da gestão do Dr. Marcos explicou porque decidiu enfrentar o então colega de chapa.
“Temos pontos de convergência e pontos de divergência. O ponto de convergência é, realmente, o governo do estado. Temos proximidade, mas essa questão partidária, temos que deixar ela de lado”, detalhou.
O prefeito de Patos faz parte do grupo de prefeitos que defende que o presidente da AMM precisa ter mandato de prefeito para comandar a associação. “Todos os prefeitos e prefeitas que eu conversava entendiam que precisava ser alguém com mandato”, declarou para a Itatiaia.
Zema, Aro, bastidores e avaliação do governo sobre eleição da AMM
O
“Nunca teve um governo com tanta proximidade da AMM quanto o meu. Já estive na AMM diversas vezes, o meu contato com o Marcos é pelo menos uma vez por semana. Ele é como se fosse um secretário das Cidades, porém, voluntário”, disse o governador.
Cerca de um mês após a declaração, o governo de Minas opta pela discrição e neutralidade - ao menos temporariamente. Procurado pela Itatiaia, o governo mineiro informou que, por enquanto, oficialmente, o governador não tem um candidato definido na disputa pela presidência da AMM. No entanto, nos bastidores, há definições bem estabelecidas no governo. A Itatiaia apurou que o Secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), irá apoiar a reeleição do Dr. Marcos Vinicius.
De forma geral, no governo Zema, há uma leitura de que o confronto entre o Dr. Marcos e Falcão é negativo. Os dois são nomes próximos do governo. Interlocutores admitiram que, por enquanto, o governo Zema não mergulhou intensamente nas articulações em torno da presidência da AMM. A avaliação é de que as candidaturas precisam ser melhor definidas em discussões com os prefeitos. Para evitar indisposição entre os prefeitos da sua, há possibilidade de Zema optar por um apoio mais moderado e se afastar da briga política interna, garantiram fontes no governo.
O melhor cenário para Zema é um acordo entre os dois. Um acordo evitaria que o governador tivesse que decidir entre dois políticos que o apoiam. No entanto, para ocorrer um acordo e colocar os dois na mesma chapa, Falcão teria que desistir da Presidência da AMM.
Consultada pela Itatiaia, a AMM informou que, conforme o regimento interno, um presidente não pode concorrer como vice em uma chapa de reeleição. Desta forma, o presidente Marcos Vinicius não poderia ser vice na chapa de Falcão. Esse entendimento também se aplica ao ex-presidente Julvan Lacerda (MDB), que também teve o nome ventilado para compor com Falcão.
Os pacificadores defendem uma ‘promoção’ de Falcão na chapa de reeleição. O Dr. Marcos Vinicius permaneceria como cabeça de chapa e Falcão seria promovido de 2º vice-presidente para 1º vice-presidente. Reservadamente, interlocutores disseram que a ideia agrada o grupo político do Dr. Marcos. No entanto, não é considerada ‘bem-vinda’ na ala de Falcão, que defende a sua presidência.