Um grupo de vereadores de Belo Horizonte está se mobilizando para tentar impedir o
Vereadores de diferentes partidos classificaram o aumento como inadequado, principalmente considerando a previsão de repasse de R$ 740 milhões em subsídios para as empresas de ônibus em 2025, valor que consta na previsão de gastos do executivo municipal.
Mudança de estratégia
A tentativa de barrar o aumento representa uma mudança significativa na estratégia dos partidos parlamentares. Anteriormente, o valor da passagem de ônibus era o principal recurso utilizado pelos vereadores para contestar reajustes. Agora, o grupo busca impedir os aumentos diretamente no parlamento.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Juliano Lopes (Podemos), está entre os parlamentares que não concordam com o reajuste. No entanto, ele afirmou que não tomará uma decisão isolada e pretende ouvir seus pares sobre o assunto antes de se posicionar.
Articulação política
Os vereadores planejam apresentar um projeto de resolução para tentar anular a portaria da Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (SUMOB) que autorizou o aumento. O vereador Ville (PL) está liderando essa articulação, buscando o apoio de outros parlamentares.
“Não só sou contra, como estou com um projeto de resolução para suspender a portaria da SUMOB, que fez esse aumento de 10%, e estou colhendo assinaturas. A gente precisa de 28 assinaturas para o projeto ir direto para o plenário”, explicou Ville.
Para conseguir as 28 assinaturas necessárias, Ville, que é próximo ao grupo conhecido como ‘Família Aro’, terá que atrair vereadores que apoiaram a prefeitura na disputa pela presidência da Câmara.
Oposição ao reajuste
Bruno Pedralva, do PT, que votou com a base do prefeito na eleição da Câmara, já se posicionou contra o reajuste promovido pelo Executivo.
“Eu discordo desse reajuste e não vejo motivos para um aumento de quase 10% diante de uma inflação acumulada de 4% a 5% no último ano. Em especial, considerando que o transporte público de Belo Horizonte não oferece a qualidade necessária, nem a qualidade contratualizada entre as empresas e a prefeitura”, afirmou Pedralva.
A prefeitura de Belo Horizonte, quando procurada pela rádio Itatiaia, não se pronunciou sobre o assunto. A polêmica promete se estender nos próximos dias, com a possibilidade de uma intensa batalha política na Câmara Municipal em torno do reajuste das tarifas de ônibus.