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Alvo de ameaças de morte, vereadora Iza Lourença cobra maior proteção e apoio para mulheres na política

Jornalista de profissão, moradora do Barreiro e a terceira vereadora mais votada da capital, Iza Lourença irá para o segundo mandato na CMBH

Ao longo do primeiro mandato, ela chegou a receber ameaças de morte e até de violência sexual

A terceira vereadora mais votada em Belo Horizonte, com 21.485 votos, e parlamentar da esquerda com mais votos na Câmara Municipal de BH (CMBH), Iza Lourença (PSOL) é a entrevistada desta terça-feira (24) na série de entrevistas da Itatiaia com os 10 mais votados da capital mineira.

Em 2025, Iza vai assumir o seu segundo mandato como vereadora da capital.

Moradora do Barreiro, e com origens na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a parlamentar foi do Centro Acadêmico, Diretório Acadêmico, Diretório Central dos Estudantes e do Conselho Universitário. Iza Lourença concluiu a faculdade de jornalismo e seguiu em movimentos que vão além da universidade.

Foi eleita pela primeira vez para assumir cadeira na Câmara de BH em 2020 com 7.771 votos.

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Ameaça de morte e até de estupro, ela propõe um programa de proteção contra violência política

Desde 2023, Iza tem denunciado ataques recebidos com ameaças de morte contra ela, e contra a própria família. Afirma também receber ameaças de estupro coletivo.

Mensagens ofensivas chegaram através do e-mail institucional de seu gabinete, e isso motivou que fosse colocada uma escolta armada e carros blindados para proteger não só a vereadora Iza, mas também a vereadora Cida Falabella (PSOL), que compartilha o mesmo gabinete e relatou ter sofrido as mesmas ameaças.

Em maio deste ano, Iza relatou que foi feita a prisão dos autores das mensagens.

Ela afirma que é preciso haver políticas de proteção às mulheres no meio político, e que este tipo de violência é um afronte à democracia.

“O que eu tenho feito uma discussão, é que nós precisamos criar uma rede de proteção para as mulheres vítimas de violência política de gênero, porque do jeito que está, as mulheres hoje, quando são parlamentares, adoecem fisicamente e psicologicamente, as mulheres se sentem sozinhas, inseguras e acabam desistindo da política. Nós temos muitos casos de mulheres que não se candidatam à reeleição, porque adoecem por conta de tamanha violência que a gente vive no parlamento hoje, e não pode ser falado, então, que a gente vive numa democracia” disse Iza em entrevista.

Ela completou afirmando que acionou a Justiça e o Ministério dos Direitos Humanos para atuarem na promoção do combate à violência política.

“Porque se para algumas pessoas atuar na política é tão difícil, tanta gente jogando para trás, eu não estou em condição democrática, em condição de igualdade. Então, eu tenho feito uma discussão nacional com o Ministério da Justiça e com o Ministério de Direitos Humanos, que é preciso ter canais de proteção às mulheres parlamentares.” Finalizou.

Confira a entrevista completa:


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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.