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CCJ da Câmara aprova projeto para retomar voto impresso nas eleições

O texto aprovado veda a “representação puramente eletrônica do voto” e determina que, imediatamente após o fim das eleições, 5% das urnas eletrônicas serão selecionadas aleatoriamente para contagem pública dos votos

Sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, por 31 votos a 20, nesta quarta-feira (11) o projeto de lei que estabelece a recontagem física dos votos. Agora, a proposta ainda precisará ser votada no plenário da Câmara.

O texto aprovado veda a “representação puramente eletrônica do voto” – ou seja, retoma o voto impresso – e determina que, imediatamente após o fim das eleições, 5% das urnas eletrônicas serão selecionadas aleatoriamente para contagem pública dos votos.

O sorteio não poderá ser feito eletronicamente e deverá ter a presença de representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de outras entidades interessadas.

Após a seleção, as urnas serão abertas pelos mesários diante dos fiscais e cada voto será retirado, lido em voz alta e apresentado ao “exame visual” dos observadores. O integrante da mesa também terá que registrar o voto no boletim de urna.

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O texto determina ainda que quando o último voto for retirado, o interior da urna deverá ser exibida aos fiscais e será realizada a contagem manual, a totalização, a comparação com os dados eletrônicos e o registro de todas as ocorrências em ata.

A CCJ da Câmara tem maioria bolsonarista e, por isso, o texto foi aprovado com facilidade. Apenas deputados da esquerda e do PSD votaram contra a proposta.

PEC barrada em 2021

Essa não é a primeira tentativa de aprovar a volta do voto impresso na Casa.

Em 2021, o plenário da Câmara rejeitou e arquivou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que propunha o voto impresso em eleições, plebiscitos e referendos. À época, a pauta recebeu o apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que alegava fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do sistema eletrônico de votação.


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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.