Uma audiência realizada nesta sexta-feira (06) pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu a falta de rabecões para atender Belo Horizonte e 50 cidades de Minas Gerais. O problema foi trazido pela Itatiaia, revelando que apenas um dos sete veículos disponíveis estava em operação.
No entanto, a reunião terminou com uma nova denúncia sobre a condição de trabalho dos policiais civis. Além das condições inadequadas dos veículos utilizados para o transporte de corpos em dezenas de cidades do estado, foi denunciado também que as viaturas da Polícia Civil não contam com rádios comunicadores.
A informação foi trazida pelo presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais, Wemerson Oliveira. Segundo ele, os policiais em serviço se comunicam através de seus celulares particulares. O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) demonstrou surpresa com a afirmação e disse que uma nova audiência será marcada para debater o tema.
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À Itatiaia, o parlamentar criticou a gestão do governador Romeu Zema (Novo) pelas condições oferecidas aos policiais. “Mais uma vez, o governador faz marketing sobre segurança pública em cima, nas costas dos bravos policiais aqui de Minas Gerais. Desta feita da Polícia Civil. Os policiais civis de Minas Gerais não têm rádio em suas viaturas. Pasmem. A comunicação é feita via celular do próprio policial. Ele tem que comprar o celular, ele tem que pagar a conta, ele tem que pagar a internet, senão ele não conseguiria comunicar”.
O Subsecretário de Logística e Patrimônio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Marcos Eduardo Soares, que representou a chefe da pasta, Luísa Barreto, no encontro, disse durante a audiência que a pasta apura o caso. A reportagem entrou em contato com a Seplag para mais detalhes e aguarda retorno.
Rabecões serão alugados
Na audiência também ficou definido que o governo de Minas irá alugar oito veículos para prestar o serviço de rabecão. Atualmente existem 17 carros voltados para atender todo o estado. Uma parte da frota foi fabricada em 2012 e será substituída por veículos que serão alugados. De acordo com Marcos Eduardo, o contrato foi assinado em setembro e os rabecões devem estar disponíveis até o fim do ano.
“A gente fez uma análise que considera o custo total daquele bem durante o tempo de vida dele e mostrou a viabilidade econômica da locação. Nesse sentido, a gente verificou que é mais viável, a gente está tendo mais economia para os cofres públicos em se ter os veículos locados e não os veículos próprios. Além disso, nós temos análises de qualidade também, que são verificadas. O veículo locado hoje tem uma série de benefícios, como, aí eu destaco o principal deles, o veículo reserva no caso de quebra de um dos veículos. Por conta disso, você tem um veículo que tem uma disponibilidade próxima a 100% para atender a população”.
Dos 17 veículos, 11 estão em oficinas e seis estão sem problemas mecânicos. Wemerson Oliveira, no entanto, afirma que, hoje, apenas três estão em circulação.
“Nós tivemos a informação que eles foram consertados e colocados à disposição, mas operando não temos essa informação. Inclusive a informação que eu tive ontem é que tinha apenas um rabecão em Betim e colocaram 3 em BH, colocaram 3 para rodar que é o que eles disseram que era o necessário, mas mesmo assim estavam 2 rodando e um ainda estava parado, não por falta de manutenção, mas não estava rodando”.