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Para reduzir pena, Daniel Silveira faxina prisão e lê Dostoiévski, Maquiavel e Franz Kafka

Ex-deputado foi condenado pelo STF por incitação à violência contra o Estado Democrático de Direito e por coação no curso do processo

O ex-deputado federal Daniel Silveira está preso por incitação à violência contra o Estado Democrático de Direito e por coação no curso do processo

Preso por incitação à violência contra o Estado Democrático de Direito e por coação no curso do processo, o ex-deputado federal Daniel Silveira tem mantido uma rotina para tentar reduzir a pena de 8 anos e 9 meses imposta a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Relatório da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (RJ) mostra que o ex-parlamentar tem feito faxina e cursos de especialização em áreas técnicas e lido diversos livros.

Daniel Silveira já fez cursos de assistência contábil, direito, economia, assistência empresarial e de gestão e recursos humanos. As participações dele estão registradas desde junho do ano passado.

A tentativa de remição de pena também inclui leituras. Na lista de livros de Daniel Silveira, estão: “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, “O Processo”, de Franz Kafka, “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, “A Volta ao Mundo em 80 dias”, de Jules Verne, e “O Menino do Pijama Listrado”, de John Boyne.

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Em abril de 2022, o STF compreendeu que as declarações que motivaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) não foram apenas opiniões relacionadas ao mandato e, portanto, não estão protegidas pela imunidade parlamentar nem pela liberdade de expressão.

O parlamentar, em diversas manifestações, defendeu o retorno do Ato Institucional nº 5, um instrumento da ditadura militar, como meio de promover a cassação de ministros do STF. Além disso, fez referências aos militares e aos próprios ministros, propondo uma “ruptura institucional”. Por meio de suas redes sociais, também incitou a população a invadir o Supremo Tribunal Federal.

“Em seu interrogatório, o réu confirma o teor das falas criminosas apontadas na denúncia, reafirmando as ameaças efetivamente proferidas”, salientou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.


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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.