Prefeita do PT mais votada do Brasil e com reeleição garantida no 1º turno, Marília Campos afirma que não vai disputar o Governo de Minas em 2026. A petista defende uma frente ampla em torno de uma candidatura de centro.
Com uma leitura política semelhante à do Presidente Lula (PT) sobre o xadrez político mineiro, a prefeita apontou o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD) com potencial para disputar o Palácio Tiradentes.
“Já tenho adiantado a posição de que não serei candidata. Fui eleita para quatro anos e acho muito complicado não cumprir mandato. Acho que a viabilidade hoje em Minas passar por uma candidatura de centro. Precisamos construir uma frente ampla em torno de um projeto para o estado. Não acho que meu nome seja o ideal. Por ser do PT, teríamos uma dificuldade maior em vencer”, afirmou a prefeita.
Considerada um exemplo de sucesso político em meio às derrotas petistas nas eleições municipais deste ano, Marília foi convidada para uma reunião com o Presidente Lula nesta semana, em Brasília.
Apesar da reeleição garantida no 1º turno e ser vencedora em quatro eleições municipais, a petista diz que não se considera o melhor quadro para brigar pela cadeira mais importante do estado.
As declarações de Marília Campos foram dadas nesta quinta-feira durante uma agenda na Cidade Administrativa.
A petista esteve na sede do Governo de Minas para levar reivindicações das áreas de mobilidade e saúde ao governador em exercício, Mateus Simões (Novo). Este tipo de agenda não é incomum da rotina da petista.
Apesar de ser um quadro tradicional do PT mineiro, Marília Campos tem agendas frequentes para levar pleitos de Contagem ao governador Romeu Zema (Novo), considerado um inimigo político de algumas políticas da esquerda. A parlamentar também é conhecida por reunir empresários e buscar atrair empresas para Contagem.
Em encontros com Lula, Marília também faz cobranças e leva demandas de Contagem. No encontro desta semana com o Presidente da República, a petista defendeu a criação de uma nova estação de Metrô em Contagem e a utilização do sistema ferroviário da cidade para transportar passageiros.
O comportamento mais pragmático e menos ideológico de Marília é criticado por alas mais extremistas do PT. Na contramão, há frentes mais jovens da esquerda que avaliam as atitudes da prefeita como virtuosas.
Interlocutores progressistas já disseram à Itatiaia que Marília tem um perfil parecido com Lula por conseguir transitar bem no meio empresarial e sentar-se para conversar com adversários políticos em busca de consensos.