A candidata à Prefeitura de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT) deu detalhes, nesta segunda-feira (26), sobre a denúncia de mineração irregular na Serra do Curral. Atribuída pela deputada federal à Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra), a ação foi flagrada por moradores da região.
Duda afirma que levou a denúncia à Polícia Federal e à Polícia Militar, mas a PM, até o momento em que ela permaneceu no local, não compareceu. “Filmamos com os nossos drones os caminhões roubando minério da Serra do Curral. Dezenas de caminhões passando, inclusive pela madrugada, segundo os moradores. Fizemos a denúncia para a Polícia Federal e para a Polícia Militar e um fato que a gente achou estranho é que não havia fiscalização nenhuma”, afirmou.
A deputada ainda diz que, pelos cálculos de sua equipe, só no tempo que ela ficou no local, os caminhões levaram um valor estimado entre R$ 600 e R$ 700 mil em minério. “Se entrar agora uma quadrilha de ladrões e roubar R$ 700 mil no banco vai ter polícia daqui dois minutos ali”, disse.
A candidata disse também que os motoristas zombaram da ação de sua equipe, e os seguranças que os acompanhavam estavam armados. “Lá é cheio de milicianos mostrando armas para a gente. Os traficantes de minério com caminhão rindo e zombando. A gente se sente muito mal pelo impacto socioambiental e por ter uma quadrilha, uma máfia que não respeita a lei, não respeita uma deputada federal, não respeita o município de Belo Horizonte e não respeita a polícia”, afirmou Duda, que precisou cancelar a agenda de campanha deste domingo (25) para acompanhar a denúncia.
Na última segunda-feira (19), a Justiça determinou
Agenda com catadores
As declarações de Duda Salabert foram dadas durante uma agenda nesta segunda-feira (26) na Asmare, Associação dos Catadores de Papelão e Material Reaproveitável, no bairro Carlos Prates, na região noroeste de Belo Horizonte. Lá, ela prometeu combater o que chamou de ‘máfia do lixo’ e disse que vai lutar por uma remuneração aos catadores por um serviço de triagem - a separação do material que chega dos caminhões de lixo para ser reaproveitado.
“Contagem já paga por esse valor, outras cidades já pagam e Belo Horizonte está atrasada nesse sentido. Há que se pagar o serviço de triagem e fortalecer o trabalho das cooperativas é fundamental. A cooperativa, além de fazer um papel importante na questão ambiental, também tem uma importância social, porque aqui gera emprego, renda, resgata pessoas em situação de rua”, disse.
Duda ainda prometeu que, se eleita, colocará a SLU - Superintendência de Limpeza Urbana - dentro da Secretaria de Meio Ambiente, que será chefiada por um profissional aprovado pelos catadores. “O secretário ou a secretária de meio ambiente vai ter uma relação íntima e próxima com os catadores. Inclusive, quem vai dar o aval se pode ou não contratar aquele secretário de meio ambiente serão os catadores, porque a gente quer colocar a política de resíduos, de reciclagem e coleta seletiva no protagonismo da política socioambiental de Belo Horizonte”.