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MPF investiga ex-ministro de Bolsonaro que discutiu suposta fraude nas urnas

Wagner do Rosário, atual chefe da CGE em São Paulo, teria proposto ‘força-tarefa’ para questionar integridade da urna eletrônica, mesmo sem provas

Wagner Rosário foi ministro de Bolsonaro e, após a eleição, foi indicado por Tarcísio de Freitas para cargo em São Paulo

O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo abriu um procedimento para investigar a conduta do ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, que atuou no cargo durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Rosário é um dos membros do governo que participou da reunião onde Bolsonaro e seus ministros discutiram estratégias para contestar o resultado das eleições de 2022.

O procedimento, chamado pelo MPF como “notícia de fato”, foi aberto a pedido de parlamentares da bancada feminista do PSOL, em São Pauo. A princípio, o ex-ministro de Bolsonaro é investigado por afronta direta ao Estado Democrático de Direito, utilização do cargo para tentar fraudar o processo eleitoral e para fins privados.

O procedimento do MPF-SP foi enviado ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, onde tramitam as investigações relacionadas a tentativas de golpe de estado.

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O vídeo do encontro, de uma hora e trinta e dois minutos, foi obtido pela Polícia Federal no âmbito da operação ‘Tempus Veritatis’. Nas imagens, o ex-presidente Jair Bolsonaro orienta sua equipe ministerial a disseminar informações que coloquem em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e a credibilidade do Poder Judiciário.

Em sua participação no vídeo, Rosário critica um relatório técnico da CGU sobre a fiscalização das urnas eletrônicas que havia concluído pela segurança delas, e buscou tirar a credibilidade dele e desse sistema de voto.

O relatório foi classificado pelo ministro como “uma merda”, e foi posteriormente engavetado pelo governo Bolsonaro. Ainda durante o encontro, o ministro da CGU também sugeriu ao então presidente a formação de uma “força-tarefa urgente” para questionar a integridade das urnas eletrônicas. O grupo seria formado com a participação da Polícia Federal e das Forças Armadas.

Após deixar o cargo, Wagner do Rosário foi nomeado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a Controladoria-Geral do Estado. Ele foi procurado pela reportagem da Itatiaia, mas ainda não se manifestou. O espaço segue em aberto.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio
É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.