As manifestações de militantes petistas pedindo o apoio da deputada Duda Salabert (PDT) para a chapa do deputado Rogério Correia (PT) durante ato político na noite deste sábado (13), não surtiram efeito e a parlamentar afirmou que a pressão contra sua candidatura expõe o “preconceito e a transfobia” da política.
Na noite deste sábado, durante o ato “Unifica BH”, em que Rogério recebeu oficialmente o apoio dos partidos PSOL, PV e PCdoB, militantes levaram uma faixa pedindo que Duda faça parte da coligação. “Duda, só falta você”, dizia o cartaz.
Rogério Correia fez elogios à deputada e
“Nós deixamos a Duda à vontade. Esse ato de hoje demonstra a unidade das federações, não temos ainda um ato com o PDT. Mas, o gesto dos militantes é um gesto de simpatia com a Duda, temos um grande carinho com ela. Nossa amizade é muito grande e minha esperança é que não teremos candidaturas isoladas”, afirmou o petista.
‘Preconceito e transfobia’
Por meio de nota enviada para a reportagem da Itatiaia após o evento do PT, Duda afirmou que em outras as cidades que candidatos de outros partidos de esquerda estão melhor colocados nas pesquisas o partido declarou apoio aos nomes de outras siglas.
“Em todas as pesquisas dos institutos sérios eu estou melhor posicionada que o Rogério. Em todas as capitais que o PT tem aliados da base do governo em melhores condições de disputa houve uma aliança em torno desses nomes. É o caso de Boulos em SP, de Paes no Rio, de João Campos em Recife, e a única explicação para o PT não ter a mesma posição em BH é o fato de eu ser uma pessoa trans”, escreveu Duda.
Ela afirmou que está sendo
“É uma pena que no nosso campo a inclusão de minorias e a questão da representatividade fiquem só no discurso. Belo Horizonte tem me colado nas pesquisas em 2º lugar, considerando a margem de erro. Isso mostra que o preconceito e transfobia estão mais presentes na política do que na sociedade. No ponto de vista racional e de números, não faz sentido algum eu retirar minha candidatura, estou em 2º lugar. Pela 1ª vez na história da América Latina, a esquerda conseguiu criar possibilidades de uma pessoa trans disputar uma prefeitura e ir para o 2º segundo. Talvez isso não signifique nada para quem carregou essa faixa no evento de hoje, mas para Belo Horizonte significa muito, pois sabemos que 90% das pessoas trans estão na prostituição e somos o país que mais mata travestis no planeta , devido o preconceito”, afirmou a deputada e pré-candidata do PDT.