Com a promessa de aliviar os intensos congestionamentos entre Nova Lima e Belo Horizonte, prefeituras e representantes de diversos órgãos assinaram, nesta terça-feira (25), um acordo que vai criar um acesso direto entre os bairros Vila da Serra e Belvedere.
O documento, assinado durante evento na sede do Ministério Público de Minas Gerais, prevê a construção de um acesso em conjunto com um parque linear no trecho onde fica uma linha férrea no bairro Belvedere, na região centro-sul de BH. Segundo as autoridades, o acordo prevê ainda a preservação da área verde e da própria linha férrea.
“Avanço gigante para a região metropolitana”, definiu o governador Romeu Zema (Novo), que foi seguido pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que comemorou o fato de o acordo permitir um maior controle sobre a construção de moradias na região.
"É o melhor modelo que existe? Com certeza, a gente evita que se construa muitas moradias em volta, a gente não pode adensar aquela área. Estamos criando uma passagem, tirando um muro que bloqueia dois bairros, criando um parque linear de 5 mil metros”, afirmou.
O prefeito de Nova Lima, João Marcelo (Cidadania), ressaltou que as obras vão resolver o problema histórico do trânsito ruim na região. "É um acordo histórico porque consegue conciliar interesses de proteção ambiental, de garantia de qualidade de vida para quem vive naquela região, aliado a uma solução de mobilidade”, disse.
As famílias que vivem em invasões ao longo da linha férrea serão levadas para outras áreas, em um processo que será conduzido a partir de agora.
"É um acordo preliminar. Agora, temos 180 dias para o projeto final, mas ao longo desse tempo, já vamos começar a negociação com as famílias e os locais adequados. Há preocupação grande do governo Lula e os MPs, prefeituras e União estarão empenhadas para conseguir essa solução habitacional”, explica o Procurador da República, Carlos Bruno Ferreira.
A Superintendente do Patrimônio da União em Minas Gerais, Lorhany Almeida, disse que está nos planos do Governo Lula dar uso social a propriedades que estão sem utilização.
“A gente conseguir avançar nesse acordo para dar destinação social para essa área é muito importante, sobretudo garantir reassentamento humanizado a famílias de baixa renda que ocupam a área e, também, a participação popular”, afirmou.
O Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, destaca que a parte jurídica está finalizada e agora a responsabilidade é dos municípios.
“Construímos a solução jurídica daquela área que era da União e estava meio abandonada, invadida, perigosa. Então, a solução jurídica foi dada e era nosso papel em relação a isso. Agora, o projeto que os municípios irão propor será discutida com a sociedade, executada por eles, soba fiscalização deles e do governo federal, que destinou a área”, explicou.
O acordo foi assinado pelos Ministérios Público de Minas Gerais (MPMG) e Federal (MPF), União, Governo de Minas, prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima, Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da capital e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).