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Rubens Menin: empresas não aguentam mais três anos com juro real a 6%

Fórum Esfera reuniu empresários, governadores e representantes do governo federal neste sábado (8)

Rubens Menin criticou altas taxas de juros definidas pelo Banco Central

Sócio-fundador da MRV, o empresário Rubens Menin afirmou, neste sábado (8), durante evento do Fórum Esfera, no Guarujá (SP), que as empresas privadas não terão capacidade de manter seus investimentos com a taxa de juros no patamar atual, caso isso se prolongue pelos próximos anos.

Menin participou de um painel que contou com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan; do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; e do empresário Wesley Batista, fundador da JBS.

“O que eu noto é que os juros são necessários como em uma quimioterapia para curar uma doença: a gente não pode errar, nem para menos, nem para mais. Se errar para mais, a gente mata o paciente. Se errar para menos, não cura. Isso é extremamente delicado”, afirmou.

O empresário destacou aspectos positivos da economia brasileira, como a balança comercial superavitária, as reservas internacionais recorde e dise que a “economia real está funcionando”.

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“Tanto é que estamos crescendo, em qualquer setor. Mas é muito preocupante, longe de fazer uma critica, presidente [Roberto Campos Neto]. Quanto tempo vamos aguentar um juro real de 6%? Acho que não aguenta mais não, a capacidade de investimento acaba. Talvez, essa seja a discussão mais importante que temos que ter”, afirmou.

Por sua vez, Campos Neto disse que a definição da taxa básica de juros, que é atribuição do Banco Central, é consequência e não causa da situação econômica.

“A gente não pode confundir causa e consequência. O juro real é muito alto mas, hoje, a gente tem um instrumento [do Tesouro Nacional] que diz que o governo financia sua dívida entre hoje e 2050 a uma média de 6,30. Não tem nada a ver com o BC, que não tem capacidade de definir esse juro longo. O que o BC faz é determinar a taxa de um dia. E se a gente determinar uma taxa de um dia de tal forma que não tenha credibilidade, o que vai acontecer com esse juro real longo? Vai subir”, afirmou.


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