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Cashback, cesta básica e veículos mais caros: saiba os principais pontos da Reforma Tributária

Projeto que detalha as regras gerais dos novos tributos discute isenção de impostos para alimentos e aumento da carga sobre produtos nocivos à saúde, como bebidas e cigarro

Presidente da Câmara recebeu das mãos de Haddad o texto que trata sobre a reforma tributária

O Congresso Nacional recebeu na quarta-feira (24), das mãos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a primeira proposta de regulamentação da reforma tributária. Em um documentos de 360 páginas, o governo detalha todos os pontos que deverão ser a regra dos novos tributos criados: o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) federal, e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) de estados e municípios, além do IS (Imposto Seletivo).

Leia mais: Entenda como vai funcionar o cashback de impostos proposto na Reforma Tributária

Em linhas gerais, a ideia é que o Brasil simplifique a forma como tributa produtos e serviços, acabando com a cobranças de impostos que, por muitas vezes, incidiam sobre outros, tornando o custo de se produzir no país mais caro e menos competitivo em relação a outros países. Além disso, o governo passa a adotar uma forma mais clara e unificada de tributar entre os estados e municípios, colocando fim à disputa fiscal existente no país.

O tema ainda será discutido a partir dos próximos dias, inicialmente, na Câmara dos Deputados. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a prioridade será dar celeridade ao texto para que a regulamentação da Reforma Tributária esteja pronta até o final do ano.

“Esse ano de 2024 passa a ser um ano de prioridade para esse tema da regulamentação. Mesmo sendo o ano eleitoral, nós teremos todo o compromisso para ainda esse ano, assim como fizemos com a Emenda Constitucional no ano passado”, afirmou Pacheco.

Entre os pontos a serem regulamentados estão a unificação de tributos, os produtos que vão compor a cesta básica e o chamado “imposto do pecado”, criado para desestimular artigos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Confira os principais pontos da reforma:

Cashback para população de baixa renda

O projeto que trata sobre a regulamentação da reforma tributária prevê o mecanismo de cashback para famílias de baixa renda, que poderão recebe de volta parte do imposto pago sobre a conta de energia elétrica, água e esgoto. A previsão é que até 50% dos tributos sejam restituídos. Já no caso do gás de cozinha, o retorno pode chegar a 100%.

Na proposta, o cashback deverá ser aplicado tanto sobre a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de alçada federal, quanto o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios. Os únicos produtos que não contarão com o cashback são aqueles sujeitos ao Imposto Seletivo (IS), como cigarros e bebidas alcoólicas, considerados danosos à saúde.

Alíquota reduzida para profissionais

A reforma definiu que terão alíquota reduzida atividades ligadas à prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, desde que sejam submetidas a fiscalização por conselho profissional. A redução é de 30% na carga paga por esses profissionais.

Veja a lista:

  1. administradores
  2. advogados
  3. arquitetos e urbanistas
  4. assistentes sociais
  5. bibliotecários
  6. biólogos
  7. contabilistas
  8. economistas
  9. economistas domésticos
  10. profissionais de educação física
  11. engenheiros e agrônomos
  12. estatísticos
  13. médicos veterinários e zootecnistas
  14. museólogos
  15. químicos
  16. profissionais de relações públicas
  17. técnicos industriais
  18. técnicos agrícolas
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Fim de impostos sobre a cesta básica

O governo propôs que os itens que compõem a cesta básica sejam isentos de imposto. De acordo com o texto, a prioridade foram os alimentos majoritariamente consumidos pelos mais pobres, com o propósito de assegurar que o máximo possível do benefício tributário seja apropriado pelas famílias de baixa renda. São eles:

  • Arroz
  • Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica
  • Manteiga
  • Margarina
  • Feijões
  • Raízes e tubérculos
  • Cocos
  • Café
  • Óleo de soja
  • Farinha de mandioca
  • Farinha, grumos e sêmolas, de milho e grãos esmagados ou em flocos, de milho
  • Farinha de trigo
  • Açúcar
  • Massas alimentícias
  • Pão do tipo comum (contendo apenas farinha de cereais, fermento biológico, água e sal)
  • Ovos Produtos hortícolas (exceto cogumelos e trufas)
  • Frutas frescas ou refrigeradas e frutas congeladas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes

Imposto do pecado
O imposto seletivo, chamado de “imposto do pecado”, é uma proposta para que itens nocivos à saúde e ao meio ambiente tenham cobrança extra de impostos. Entre eles estão cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos poluentes e minerais extraídos.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio