Pouco mais de uma semana antes de ser preso por suspeita de ter ordenado a morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, ganhou o direito de receber, em dinheiro, uma compensação por 420 dias de férias não utilizados. A conversão das folgas em recursos financeiros ia garantir, a ele, mais de R$ 581 mil.
O despacho que autorizava o pagamento a Brazão consta na edição do último dia 13 do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Nesse domingo (24), o conselheiro e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ),
Marielle Franco foi executada a tiros em março de 2018. O motorista dela, Anderson Gomes, também morreu.
Domingos Brazão foi afastado das funções que exercia do TCE-RJ em 2017, em meio a uma operação que investigava ilegalidades em decisões proferidas pela Corte. No ano passado, a Justiça determinou o retorno dele às atividades de conselheiro de contas.
Mesmo no período em que ficou afastado, Brazão seguiu recebendo os vencimentos mensais dos integrantes da Corte: R$ 52 mil.
A reportagem tenta contato com o TCE-RJ para saber o destino de Domingos Brazão na Corte após a prisão. A Itatiaia quer saber, também, se o pagamento de valores por férias não utilizadas será cancelado.
“O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) informa que equipes da Polícia Federal chegaram à sua sede, ao início da manhã deste domingo, para cumprir mandado de busca e apreensão no gabinete do conselheiro Domingos Inácio Brazão. O TCE-RJ está cooperando com as autoridades policiais e não se manifestará sobre o caso”, lê-se em texto da Corte de Contas sobre o caso.
STF tem maioria para manter prisões
Nas primeiras horas desta segunda-feira (25), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria
Chiquinho, Domingos e Rivaldo foram levados para a Penitenciária Federal de Brasília (DF). A prisão de Chiquinho ainda precisa ser avalizada pela Câmara dos Deputados.
Marielle Franco foi executada no Rio de Janeiro em março de 2018. O caso aconteceu logo após a vereadora deixar um evento na região central carioca. O carro em que ela, o motorista Anderson Gomes e uma assessora estavam foi perseguido por criminosos.
As investigações chegaram aos nomes dos supostos mandantes após a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como o atirador do caso.
O advogado de Domingos Brazão, Ubiratan Guedes, afirmou, nesse domingo, que o cliente “não tinha nenhuma ligação” com Marielle. Segundo ele, o conselheiro “não conhecia” a pessolista.