O almirante Almir Garnier Santos não quis responder às perguntas da Polícia Federal (PF) durante depoimento prestado no mês passado. O comandante da Marinha durante o Governo Bolsonaro (PL) optou por permanecer em silêncio, segundo consta no termo de declaração assinado por ele e liberado por despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (15).
“Cientificado que, caso tenha envolvimento com os fatos criminosos investigados, tem o direito de permanecer em silêncio, de não produzir provas contra si mesmo e de ser assistido por um advogado”, consta no documento. “Respondeu [Almir Garnier Santos] que, neste ato, reserva-se o direito constitucional de permanecer em silêncio, motivo pelo qual não serão formulados questionamentos sobre os fatos”.
Almir Garnier Santos aparece há muito na investigação da Polícia Federal sobre a suposta trama golpista. O ajudante de ordens de Bolsonaro durante a presidência, Mauro Cid, citou o almirante em delação premiada. Cid detalhou que Garnier era simpático a um golpe de Estado e teria colocado a tropa da Marinha à disposição do então presidente para mantê-lo no Palácio do Planalto.
O tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) de Bolsonaro, também citou Garnier Santos e reforçou que, de fato, o almirante teria colocado tropas à disposição para um golpe de Estado.
