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TSE cassa mandato dos vereadores Cesar Gordin e Wesley Moreira em BH

A chapa de vereadores do Pros na eleição de 2020, sigla dos parlamentares à época, foi acusada de fraudar a cota de gênero; Justiça Eleitoral vai recalcular votos para definir quem assume

A chapa de vereadores do PROS na eleição de 2020, legenda dos parlamentares à época, é acusada de fraude a cota de gênero após o uso de candidatas laranjas para cumprir a quantidade de candidaturas femininas.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, nesta terça-feira (12), os mandatos dos vereadores César Gordin (Solidariedade) e Wesley Moreira (PP). A chapa de vereadores do PROS na eleição de 2020, legenda dos parlamentares à época, é acusada de fraude a cota de gênero após o uso de candidatas laranjas para cumprir a quantidade de candidaturas femininas.

A ação é de autoria do ex-vereador Edmar Branco, que chegou a desistir do processo. Em setembro do ano passado, o Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou ao TSE a continuidade do processo de cassação da chapa de vereadores, mesmo após a desistência de Edmar Branco. A Procuradoria Geral Eleitoral pleiteou na ocasião que a Corte desse continuidade ao julgamento do caso.

Nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, apontou que um dos candidatos tinha relações próximas com as candidatas laranjas: “fica caracterizada fraude nos seus aspectos totais”.

Com a decisão, a Justiça Eleitoral vai recalcular os votos totais para vereador em Belo Horizonte, excluindo os da chapa do Pros, para determinar o novo quociente eleitoral e quais suplentes irão assumir as duas cadeiras na Câmara de BH. Um dos cenários, apurou a colunista Edilene Lopes, aponta que Nara Lúcia e o ex-vereador Preto (DEM) fiquem com as vagas.

César Gordin exercia mandato na Câmara desde abril do ano passado, quando assumiu a cadeira deixada por Uner Augusto (PRTB) – que também teve o mandato cassado após o TSE anular a chapa do PRTB devido ao uso de candidaturas laranjas para fraudar a cota de gênero. Nas redes sociais, Gordin fala em “perseguição”.

“Arrumaram um jeito de movimentar em Brasília um processo de 2020 contra o partido que fui candidato e que não tenho nada a ver. Inclusive, se não fosse as candidaturas laranjas, teria tido quatro anos de mandato ao invés de um. Mas, quem vem de onde eu vim, sabe que nem sempre a Justiça é justa. Não temos o direito de desistir. O lugar que ocupo não é só meu. Estou abrindo caminhos e por isso seguimos na luta pelo certo”, disse o vereador cassado.

Já Wesley Moreira afirmou por meio de nota ter “absoluta convicção que não houve qualquer tipo de irregularidade que justificasse a nulidade dos votos”. "É, sobretudo, um enorme prejuízo aos eleitores que nos confiaram os seus votos”, afirmou o ex-vereador.

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Repórter de Política Nacional e Internacional na rádio Itatiaia. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduanda em Comunicação Governamental na PUC Minas. Sólida experiência no Legislativo e Executivo mineiro. Premiada na 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil da Universidade de Campinas.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.