A Rede Sustentabilidade tem, neste momento, dois pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Na semana passada, o ex-vice-prefeito da cidade, Paulo Lamac, formalizou, à direção nacional do partido, a intenção de disputar o pleito. Ele se junta à deputada estadual Ana Paula Siqueira, que vai oficializar a pré-candidatura ao Executivo belo-horizontino em evento previsto para o próximo sábado (24).
Ana Paula conta com o apoio da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A integrante do governo federal é aguardada em Belo Horizonte para participar do evento organizado pela aliada. No mês passado, a porta-voz nacional da Rede, Heloísa Helena,
A equação política da Rede, no entanto, ainda precisa levar em conta os rumos do Psol, que lançou a deputada estadual Bella Gonçalves
Lamac e Ana Paula veem com naturalidade o fato de ambos cogitarem disputar a sucessão do prefeito Fuad Noman (PSD). A avaliação é que o período de pré-campanha serve para amadurecer propostas e fomentar os debates entre os filiados à Rede.
Hoje, Lamac é porta-voz da Rede em Minas. Ele atua, também, como presidente estadual da federação com os pessolistas.
“Tenho uma trajetória que entendo que me qualifica para apresentar o nome à cidade, pelo fato de ter uma caminhada como vice-prefeito, vereador e deputado estadual”, diz, à Itatiaia.
Foi sob a bandeira da Rede que, em 2016, Lamac se elegeu vice de Alexandre Kalil — à época no extinto PHS. “É um acumulado que me coloca na obrigação de colocar o nome à disposição da cidade. Esse é um momento adequado para fazer isso”, completa
Ana Paula Siqueira, por sua vez, ocupa cadeira na Assembleia Legislativa desde 2019. Antes, chegou a fazer parte da equipe de Lamac. O apoio de Marina é trunfo constantemente citado por aliados dela como prova de que a pré-candidatura pode ganhar musculatura.
“A pré-campanha serve para o debate interno e para o diálogo com a sociedade. Depois da definição interna do partido — e espero que seja uma discussão pacífica e que o partido saia unido — há a questão da federação para se definir. Mas acredito que vamos conseguir sair em convergência, tendo aqueles nomes que melhor representam nossa federação para os desafios que a cidade têm”, aponta.
No ano passado, a parlamentar chegou a se encontrar com ex-prefeitos, como Patrus Ananias (PT) e Marcio Lacerda (PSB), para conversar sobre a conjuntura política.
“É uma candidatura para construir novos caminhos para BH. É para além da radicalização. Conheço as dores da periferia, porque nasci, cresci e vivo lá. Conheço a cidade”, garante.
Sem pressa
Embora setores da federação Psol-Rede tenham apresentado três pré-candidaturas à Prefeitura de BH, o entendimento é que será possível chegar, sem sobressaltos, a um consenso. Ana Paula Siqueira e Bella Gonçalves, por exemplo, têm boa relação.
“Temos o tempo da legislação para debatermos e equacionarmos isso. Esse tipo de questão se resolve com diálogo à luz das regras do partido e da federação”, explica Lamac.
A Rede é o partido majoritário da federação em Minas, mas, no plano nacional, o Psol tem maior representatividade. E, no caso de capitais, a decisão sobre as táticas eleitorais da Rede ficará a cargo da direção nacional da agremiação.
Há, ainda, expectativa por alianças externas.“O próprio presidente Lula, em Belo Horizonte, falou da necessidade de uma frente ampla para enfrentar a extrema-direita”, assinala o dirigente.
A fala de Lamac a respeito de Lula vai ao encontro do que o petista disse no início deste mês,
“O que temos de trabalhar é sempre com a perspectiva de quem vamos enfrentar mais à direita, mais conservador, para que a gente possa não cometer o erro de entregar Belo Horizonte outra vez a uma pessoa extremamente de direita, um fascista. É isso que temos de pensar”, pregou o chefe do governo federal.
Por ora, além das hipóteses aventadas por Psol e Rede, há, à esquerda, as pré-candidaturas dos deputados federais Rogério Correia, do PT, e Duda Salabert, do PDT.
Fuad Noman, em que pese o fato de não ter decidido se será, ou não, concorrente à reeleição, já disse não descartar eventual apoio de Lula.
Em 2022, apesar de já estarem legalmente unidos, Psol e Rede seguiram caminhos distintos em Minas, ainda que de modo extraoficial. Os pessolistas lançaram Lorene Figueiredo como candidata ao governo e tiveram, formalmente, o endosso da Rede. Informalmente, no entanto, a sigla de Marina Silva caminhou com Alexandre Kalil.
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