O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esquivou, nesta quinta-feira (8), sobre o nome que pretende apoiar na disputa à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Segundo ele, neste momento, a prioridade é arquitetar uma aliança que possa ser competitiva ante um eventual candidato classificado por ele como “extremamente de direita” e “fascista”.
A declaração, dada em entrevista à Itatiaia, tem como pano de fundo a pré-candidatura do deputado federal Rogério Correia, do PT mineiro. Há, ainda, o prefeito Fuad Noman (PSD), que não decidiu se tentará a reeleição, mas já disse que não dispensaria eventual apoio de Lula.
“O que temos de trabalhar é sempre com a perspectiva de quem vamos enfrentar mais à direita, mais conservador, para que a gente possa não cometer o erro de entregar Belo Horizonte outra vez a uma pessoa extremamente de direita, um fascista. É isso que temos de pensar”, apontou.
Segundo Lula, ainda há tempo para a batida de martelo. Por isso, ele pregou “paciência”.
“Muitas vezes, em política, as pessoas ficam apressadas, querendo tomar a decisão rapidamente. Nem sempre a rapidez é a melhor amiga de uma decisão política correta. Não tomo nenhuma decisão com febre de 39 °C. Espero a febre baixar. Quando ela chega a 36, aí estou apto a tomar decisões”, apontou.
Na visão do presidente da República, o PT e os outros partidos da centro-esquerda à esquerda precisam levar em conta a possibilidade de o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, lançar, em BH, uma chapa encabeçada pelo deputado estadual Bruno Engler ou pelo deputado federal Nikolas Ferreira. Os dois parlamentares são aliados de primeira hora do ex-chefe do Executivo federal.
“Temos de fazer uma análise política sobre o que significa um cidadão fascista, negacionista, ganhar uma cidade como BH”, assinalou.
O petista aproveitou para tecer elogios a Fuad e a Rogério.
“Fuad é um companheiro a quem tenho gratidão, porque me apoiou em 2022. Agora, o PT está dizendo que quer ter um candidato, que talvez seja o Rogério, que é um homem público muito conhecido, um batalhador incansável. Tem total possibilidade de ser candidato”.
Ainda de acordo com o presidente, o PT tem “experiências extraordinárias” à frente de BH. O partido esteve na prefeitura com Patrus Ananias, Célio de Castro e Fernando Pimentel. Ele aproveitou para afirmar que o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), que não compareceu a um jantar marcado com o presidente para essa quarta-feira (7), fez “boa gestão” no comando da cidade.
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