O documento com a prévia de um decreto que poderia instalar um golpe de Estado no Brasil chegou às mãos do então presidente Jair Bolsonaro (PL) com a previsão da prisão do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Entretanto, após encontro com os supostos autores da minuta golpista — o assessor Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad, Bolsonaro pediu a retirada dos nomes de Pacheco e Gilmar Mendes do decreto de prisão, mantendo apenas o de Alexandre de Moraes.
A informação consta na investigação da Polícia Federal (PF), que levou à operação realizada nesta quinta-feira (8) contra militares e aliados de Bolsonaro por tentativa de golpe. O inquérito detalha ainda que os investigados monitoraram as viagens do ministro Alexandre de Moraes em dezembro de 2022. “A análise dos dados confirmou que o ministro foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e Abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução”, indica o documento.
Aliados próximos de Bolsonaro são investigados por tentativa de golpe de Estado
A operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (8) mira aliados próximos de Jair Bolsonaro, reunidos em uma organização criminosa — segundo classifica a própria investigação — que teria articulado um golpe de Estado para evitar que o poder deixasse as mãos do então presidente. Entre os alvos da operação estão Valdemar da Costa Neto, que é presidente do PL, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno à época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Anderson Torres, que chefiou o Ministério da Justiça. A ofensiva da PF também mira:
- Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Marcelo Câmara;
- Ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, Filipe Martins;
- Candidato à vice-presidência na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto;
- Ex-comandante-geral da Marinha, Almir Garnier Santos;
- Ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira;
- Ex-assessor de Bolsonaro, Tércio Arnaud Thomaz;
Trinta e três mandados de busca e apreensão são cumpridos pela Polícia Federal, além de quatro mandados de prisão e 48 medidas cautelares. Todas as ações estão autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, inclusive, o recolhimento do passaporte de Bolsonaro.
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