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‘Vacinação é estratégia de saúde coletiva e não individual’, diz infectologista ao criticar fala de Zema

Governador de Minas Gerais foi criticado após dizer que alunos poderiam frequentar escolas mesmo sem terem sido vacinados

Vacinação é estratégia coletiva e depende da adesão das pessoas, diz infectologista

Mais do que uma escolha individual, a imunização de crianças em idade escolar é uma “estratégia de saúde coletiva”. A declaração é do médico infectologista Luiz Carlos Coelho, que diz que o r etorno às aulas é um período propício para o desencadeamento de viroses ou doenças graves.

“A vacinação é uma estratégia de saúde coletiva e não individual. Ela não é compulsória, mas ela é obrigatória. Ano passado, só de Covid-19, foram mais de 5 mil casos graves com 135 mortes”, diz o especialista, que destaca que a imunização de crianças é obrigatória nos casos incluídos no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Entenda: Em vídeo com Nikolas e Cleitinho, Zema diz que alunos terão acesso às escolas, mesmo sem vacinação

A vacinação infantil voltou à pauta depois de uma declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). No último domingo (4), ele divulgou um vídeo ao lado do senador Cleitinho (Republicanos) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) em que diz que alunos das redes estaduais poderiam voltar às aulas mesmo sem vacinação. Os três disseram que esse é um compromisso com a “liberdade” de escolha de cada um.

O infectologista Luiz Carlos Coelho diz que é preciso estar atento a declarações que atentem contra o PNI e que, ao longo da história, foram as campanhas de vacinação as responsáveis pela queda no número de mortes por doenças evitáveis, tanto no Brasil como em outras partes do mundo.

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“O programa nacional de vacinação no Brasil é um modelo para o mundo. Conseguimos avançar na vacinação de crianças, jovens e idosos, mas estamos enfrentando duramente o movimento anti-vax que ganhou proporções inimagináveis”, afirma.

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Eficácia é assunto ‘superado’ na comunidade científica

O pesquisador e também médico infectologista, Unaí Tupinambás, explica que não compreende como a segurança e eficácia dos imunizantes continua sendo questionada.

“Para nós, cientistas e pesquisadores da área de saúde, questionar a eficácia das vacinas é um assunto superado”, diz.

O infectologista ainda ressalta que o processo de produção de um imunizante passa por diversas etapas de pesquisas e testes para assegurar a qualidade do produto. “Quando a vacina é autorizada para uso, ela já passou por todas as etapas de segurança e eficácia. Toda medicação e vacina é um tipo de medicação, possui efeitos colaterais. Você pode, por exemplo, tomar uma aspirina e ter um sangramento no estômago. No entanto, o benefício que a vacina traz supera e muito o risco de um evento adverso grave”, explica.

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Repórter de Política Nacional e Internacional na rádio Itatiaia. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduanda em Comunicação Governamental na PUC Minas. Sólida experiência no Legislativo e Executivo mineiro. Premiada na 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil da Universidade de Campinas.