Principal alvo da operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (25) que investiga um suposto esquema de espionagem ilegal que ocorria dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem é deputado federal, delegado da própria PF e, sobretudo, um homem de confiança da família Bolsonaro.
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Em 2024, Ramagem é pré-candidato a prefeitura do Rio de Janeiro e conta com o apoio da família Bolsonaro para a disputa. Antes de ser eleito para o cargo de deputado federal em 2022, pelo PL do Rio de Janeiro, Ramagem foi um dos principais membros do governo do ex-presidente. Entre os anos de 2019 e 2021, nomeado por Bolsonaro, Ramagem comandou a Abin, período em que a PF investiga a instalação de uma suposta organização criminosa, chefiada pelo diretor da agência, e que teria espionado jornalistas e adversários do ex-presidente, incluindo membros do Supremo Tribunal Federal.
Alexandre Ramagem é delegado da Polícia Federal desde 2005 e, antes de chegar ao governo, ganhou destaque ao coordenar a segurança do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro, em 2018, logo após o atentado sofrido por ele em Juiz de Fora. Durante esse período, conquistou a confiança dos filhos do presidente.
Após a eleição, Ramagem foi inicialmente designado para um cargo de assessor especial no Palácio do Planalto. Em julho de 2019, Bolsonaro o nomeou para comandar a Abin, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O apoio de Carlos Bolsonaro foi crucial para sua ascensão.
O desejo de Bolsonaro de promover Ramagem à chefia da PF foi um dos motivos do rompimento com o então ministro da Justiça, Sergio Moro, que denunciva uma tentativa de aparelhamento da PF. A nomeação chegou a ser feita por Bolsonaro, mas o ministro do SFT, Alexandre de Moraes, bloqueou a posse de Ramagem alegando falta de “impessoalidade, moralidade e interesse público” no ato assinado pelo ex-presidente.
Sob o comando de Ramagem, a Abin, conforme reportagem da revista "Época”, preparou um relatório para subsidiar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas, buscando a anulação da investigação. Apesar das controvérsias, com o apoio de Bolsonaro, Ramagem foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro e compõe a tropa de choque do presidente no Congresso. Ele foi responsável por produzir um relatório paralelo na CPMI que investiga os atos de 8 de Janeiro, solicitando o indiciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Justiça, Flávio Dino.
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