O ainda ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, evitou responder, nesta terça-feira (23), sobre uma negociação da Polícia Federal (PF) com o policial militar expulso Ronnie Lessa por uma delação premiada que pode encerrar as investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime ocorreu em março de 2018, e Lessa está detido desde 2019. Ele é o principal suspeito de ter efetuado os disparos que mataram Marielle e Anderson. “Se existe outra delação? [Além da de Élcio Queiroz no ano passado]. Não. Ainda não. Só há delação quando há homologação. O que posso garantir é que o caso jamais esteve parado”, afirmou. A delação de Élcio Queiroz, citada por Dino, apresentou provas concretas que conduzem à autoria do crime e confirmou Lessa como o atirador. “Não posso detalhar casos concretos. Nunca olhei inquérito nenhum”, acrescentou Dino.
Em relação a uma possível data para a conclusão da investigação do crime, que completará seis anos em março, o ministro afirmou que indicar qualquer prazo seria especulação. “Infelizmente, não sabemos quando acabará. A investigação é complexa. Há algo, hoje, meio lotérico. Muita gente está cravando informações, mas, acho imprudente. O que posso afirmar é que passos são dados na direção certa. Agora, quando será a conclusão… Não está no controle da Polícia Federal. Há outros fatores que interagem nesse processo”, afirmou.
Expulso da Polícia Militar, o miliciano Ronnie Lessa teria firmado um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, e a colaboração estaria pendente de homologação no Superior Tribunal de Justiça por indicar, como mandante, um suspeito com foro privilegiado. As informações foram publicadas nos últimos dias pelos colunistas Lauro Jardim e Bela Megale de O Globo. Nesta terça, o The Intercept Brasil indicou que o mandante seria Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Saída do Ministério da Justiça. O ministro da Justiça, Flávio Dino, deixará o cargo na próxima terça-feira (30), segundo confirmou durante coletiva nesta terça. No dia 31, o ministro Ricardo Lewandowski assume a pasta. A cerimônia de posse com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorrerá no dia seguinte, 1º de fevereiro.
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