O uso cada vez maior da inteligência artificial (IA) vai representar um risco a mais para as campanhas municipais durante as eleições de 2014. O alerta é do cientista político Malco Camargos, que analisou em entrevista à Itatiaia, os desafios do novo ano eleitoral.
“Corremos risco de ter várias fake news construídas por meio da inteligência artificial, o que é ruim para o eleitor e para a democracia”, alerta.
“Nós tivemos na Argentina a primeira eleição após o desenvolvimento da inteligência artificial nas campanhas presidenciais. E ela vai chegar nas campanhas municipais. O risco é a potencialização das fake news. Com essa tecnologia é possível colocar a imagem de um candidato fazendo qualquer coisa ou falando qualquer coisa. Então, se o eleitor não estiver bem informado, ele pode acreditar nessa notícia falsa”, avalia Malco.
Polarização nas capitais
Segundo o cientista político, a disputa eleitoral deste ano continuará marcada pelo cenário polarizado entre petistas e bolsonaristas, principalmente nas capitais e grandes cidades. Já nas cidades menores, a tendência é que a polarização perca a força e os eleitores se preocupem mais com os problemas do dia a dia.
“Infelizmente, a polarização continua em 2024. Ela saiu da polarização política e chegou na vida das pessoas, na polarização social, afetiva e até econômica. Mas tem uma diferença: a polarização será maior nas cidades maiores e menor nas cidades pequenas e médias”, diz Malco Camargos.
“A atuação dos partidos é a grande diferença. Nas cidades menores as pessoas dão menos importância para a atuação dos partidos e se preocupam mais com o que realmente importa. Para que serve uma eleição municipal? Para escolher como será arrumada a rua, o sistema de transporte, a saúde da cidade, isso pouco depende dessa disputa entre Lula e Bolsonaro. As pessoas ficam mais focadas na solução dos problemas do dia a dia”, avalia.