O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), diz que não recusará apoio e verbas para obras e investimentos em Belo Horizonte, seja de que lado for. Chefe do Executivo municipal há menos de dois anos, quando herdou a cadeira de Alexandre Kalil (PSD), Fuad tem intensificado suas agendas pelas diversas regionais da cidade, enquanto não confirma - nem descarta - a intenção de se candidatar à reeleição.
Nesta semana, dois compromissos se destacaram dos demais, quando Fuad recebeu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) - adversário de Kalil nas eleições pelo Governo de Minas no ano passado. Na última quinta-feira (14), ambos estiveram na Cidade Administrativa para assinarem um Termo de Intenção de investimentos no Carnaval de Belo Horizonte. O Governo de Minas se comprometeu com a injeção de R$ 4 milhões na folia da capital mineira.
No dia anterior, Zema e Fuad se reuniram na sede da prefeitura para o lançamento de expansão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na região metropolitana. Na ocasião, foram liberados mais R$ 7 milhões para cidades da Grande BH.
A Itatiaia questionou o prefeito Fuad se a maior proximidade com o governador é uma sinalização de um eventual apoio do político do Novo a uma candidatura de Fuad à reeleição. O prefeito, no entanto, descartou a ligação entre a intensificação dos compromissos ao lado de Zema e a proximidade do período eleitoral.
“Eu vejo isso como reconhecimento de um trabalho, que muitas vezes vem sendo feito com apoio do Governo [de Minas]. Por exemplo, a bacia B5, do Córrego do Ferrugem, foi feita com recursos que o governo liberou da Vale [acordo de reparação da tragédia de Brumadinho]. Foram R$ 80 milhões e o governo colocou quase R$ 70 milhões. Agora estamos fazendo esse programa do Samu regional, que atende a uma necessidade da região metropolitana que estamos recebendo equipamentos e verbas. É uma parceria”, disse Fuad.
O prefeito citou ainda que a parceria em questão é “republicana” e não “eleitoreira”.
“Assinamos com ele [Zema] acordo para o Carnaval de Belo Horizonte, que tomou uma dimensão tão grande que o braço da prefeitura não deu conta de abraçar. Então, precisamos de apoio e o governador se propôs, através da Secretaria de Cultura, a nos apoiar isso. Então, vejo isso como uma parceria entre o Governo do Estado e a prefeitura. Não tem nenhuma conotação eleitoral nisso aí, é uma conotação republicana. Os Estados precisam apoiar os municípios e os municípios precisam do apoio do Estado.
Nas últimas eleições, Fuad e Zema ficaram em lados opostos por duas vezes. Enquanto Fuad apoiou o antigo titular do prédio da avenida Afonso Pena 1.212 para o Governo de Minas e Lula para o Palácio do Planalto, Zema se esforçou para aumentar a quantidade de votos do candidato à reeleição para a Presidência, Jair Bolsonaro (PL).Apesar deste cenário, Fuad diz que não dispensa apoios de Zema e nem de Lula para a cidade.
“Nós conversamos com o estado, como conversamos com o governo federal e não temos nenhum compromisso de apoio eleitoral. Nós atendemos, damos a mão e estamos juntos de quem quer ajudar Belo Horizonte. Se o presidente Lula quer nos dar o dinheiro do Anel Rodoviário [para construção de viadutos e alças de acesso], se o governador Zema quer nos dar o dinheiro para o Carnaval, estamos juntos com eles. Ou seja, nosso interesse é atender o interesse da população de Belo Horizonte”, finalizou.