A sessão da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) que analisaria, nesta sexta-feira (1°), a possibilidade de abertura de um segundo pedido de cassação contra o presidente da Casa, Gabriel Azevedo (sem partido), não foi iniciada por falta de quórum. Sem o mínimo de 21 parlamentares presentes ao plenário do Legislativo, o debate não pôde começar. A representação contra Gabriel foi feita pelo vereador Miltinho CGE, do PDT.
Foi a segunda reunião da CMBH programada para esta sexta que não aconteceu por causa de ausência de quórum. Mais cedo, a sessão que votaria a cassação de Gabriel por causa de outra denúncia,
A denúncia de Miltinho CGE está relacionada a uma entrevista
Segundo Miltinho, em vez de ter analisado a denúncia e adotado as medidas determinadas pelo Regimento Interno da Câmara, Gabriel “optou por utilizar sua posição de autoridade para engrandecer sua imagem, comprometendo a reputação de um colega vereador”.
No pedido de punição ao colega, o vereador do PDT diz ter sido “humilhado publicamente” sofrido “hostilidade das pessoas nas ruas diante do prejulgamento induzido pela entrevista”.
Primeira denúncia às vésperas de ‘vencer’
A denúncia de Nely Aquino, por sua vez, já está pronta para a votação final por parte dos parlamentares. Portanto, se houver 28 manifestações favoráveis às alegações da deputada federal, Gabriel, ex-aliado dela, será cassado. Apesar disso, caso a denúncia não seja votada até a segunda-feira (4), o processo será arquivado. Isso porque o prazo de 90 dias para a conclusão do caso se esgotará.
O documento apresentado por Nely lista cinco motivos para defender a cassação do presidente da Câmara, entre eles agressões verbais a outros vereadores, abuso de autoridade, atuação irregular na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa da Pampulha e uma polêmica envolvendo o corregedor do Legislativo municipal, Marcos Crispim (Podemos) - um assessor de Azevedo foi acusado de acessar o computador do parlamentar para arquivar um pedido de cassação contra o seu chefe. Ele nega.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, após o cancelamento da segunda sessão, Gabriel Azevedo voltou a chamar de “farsa” os processos que podem culminar em sua cassação.
“A farsa chegou ao fim. Hoje é 87° dia. Na segunda, será o 90° dia do processo. Começamos e terminamos do mesmo jeito: com um grupo de vereadores falando que não ia votar e um outro grupo insistindo (para votar)”, disse, em menção aos prazos para a votação da denúncia de Nely Aquino.
Integrante do grupo político de Nely, que tem como líder o secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro (PP), o vereador Wesley Moreira, também do PP, defendeu o relatório da colega de partido Professora Marli. Integrante da comissão processante que analisou a denúncia da deputada federal contra Gabriel, ela emitiu parecer recomendando a cassação do chefe do Legislativo.
“O que temos é um relatório de uma comissão que foi séria e imparcial. Esse relatório trouxe fundamentações para que se vote, sim, pela cassação do presidente da Câmara Municipal”, apontou Wesley.