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‘Não fizemos um centavo de endividamento’, diz Zema, que aguarda reunião com Haddad

Governador de Minas não foi recebido por Lula para discutir dívida de Minas com a União; Zema se encontrou com Rui Costa

Sem conseguir uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar da dívida de Minas Gerais com a União, o governador Romeu Zema (Novo) disse aguardar ser recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para conversar sobre o assunto.

Nesta segunda-feira (20), de volta de uma missão oficial à Ásia, o chefe do Executivo mineiro se reuniu com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Em um vídeo gravado logo após o encontro - e antes de embarcar de volta a Minas Gerais - Zema se eximiu de responsabilidades sobre o crescimento da dívida com o governo federal, que terminará o ano na casa dos R$ 160 bilhões.

“No meu governo, não fizemos um centavo de endividamento, só temos pagado os juros da dívida, o que demonstra a seriedade. Se a dívida, hoje, é grande, é porque ela foi feita lá atrás e o que estamos fazendo é administrar essa dívida”, afirma.

Durante o seu mandato, que começou em 1º de janeiro de 2019, Zema foi beneficiado por uma série de liminares assinadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que sua administração não precisasse pagar as parcelas da dívida com o governo federal.

No entanto, sob sua gestão, conforme dados do Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG), apresentado durante um ciclo de debates, neste ano, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), entre 2019 e 2023, a dívida pública de longo prazo do estado passou de 118,9 bilhões para R$ 165,61 bilhões - um aumento de 39,29%.

Zema disse, ainda, que encontrar uma solução para o problema, não é fácil. Do contrário, já teria sido feita.

“Essa dívida não é só de Minas. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás também enfrentam problema semelhante. E, se fosse fácil, ela já teria sido resolvida há muito tempo”, afirmou.

O governador mineiro disse, ainda, que o estado encontrará uma saída para “esse, que é um dos principais problemas hoje” e que a situação fiscal e orçamentária “já melhorou”.

“Hoje, o funcionário público recebe em dia, os prefeitos recebem em dia seus repasses, os pagamentos do estado são feitos em dia. Isso demonstra um avanço, mas ainda temos um peso dessa dívida de R$ 160 bilhões que precisa ser equacionado”, afirma.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
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