Os debates sobre uma possível negociação da dívida pública de Minas Gerais
"É fundamental encontrar outro caminho, porque a gente quer que o Regime de Recuperação Fiscal não seja aprovado, mas também nos preocupamos com as finanças de Minas Gerais. O que eles colocaram à mesa são alternativas diversas que temos, mas não foram politicamente exploradas até agora pelo governador”, disse, nesta sexta-feira (17), à Itatiaia, a deputada estadual Lohanna França (PV), vice-líder da coalizão de oposição ao governador Romeu Zema (Novo).
A dívida de Minas Gerais junto à União gira em torno de R$ 160 bilhões. Para diminuir o tamanho do débito, Pacheco propôs uma série de medidas. A lista de sugestões tem, por exemplo,
Há, por fim, desejo do presidente do Congresso por encampar a criação de um programa de refinanciamento que permita, a estados e municípios, a renegociação - com desconto - dos débitos dívidas mantidas com o governo federal.
O Regime de Recuperação Fiscal defendido pelo governo mineiro, por sua vez, prevê, por exemplo, a privatização da Codemig e a venda, a uma instituição financeira, da folha de pagamento dos servidores públicos.
Mesmo entre deputados da base aliada a Zema na Assembleia, a avaliação é que os caminhos alternativos apontados por Pacheco podem ser úteis. Integrante de um dos blocos governistas do Parlamento mineiro, Rodrigo Lopes (União Brasil) esteve em Brasília nessa quinta-feira (16), para participar da reunião em que o presidente do Congresso debateu, com lideranças do estado, opções ao RRF.
“Foi um momento em que a política mineira se uniu nas esferas estadual e federal em busca de uma alternativa que possa, de fato, resolver o problema. É a posição de todos que estavam lá", afirmou, à reportagem.
Reunião com Lula
Pacheco pretende apresentar, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa alternativo à Recuperação Fiscal. Ontem, o senador assegurou que o Congresso Nacional e a Assembleia de Minas estão preparados para fazer as adequações legais necessárias caso a saída alternativa seja aprovada por Lula e Zema.
Lohanna França confia que será possível tirar o plano do papel. “Estamos fazendo esse trabalho, para conseguir essa articulação e fazer com que os servidores e os mineiros, em última instância, não paguem a conta”, apontou.
“Independentemente de serem da oposição ou da base governista, todos os 77 deputados do Parlamento têm a intenção, de trazer para Minas Gerais, uma solução factível, com o menor impacto possível”, falou Rodrigo Lopes.
Como já mostrou a Itatiaia, Zema e Pacheco devem se reunir na semana que vem