Ouvindo...

Projeto de enfrentamento às mudanças climáticas em BH é rejeitado na Câmara

Proposta da prefeitura iria nortear políticas públicas com base no enfrentamento às mudanças climáticas

Projeto estabelecia diretrizes para melhoria da qualidade do ar em Belo Horizonte

Foi rejeitado, em segundo turno, o Projeto de Lei que criava uma Política Municipal de Enfrentamento das Mudanças Climáticas e de Melhoria da Qualidade do Ar em Belo Horizonte. A proposta recebeu votos favoráveis de 25 dos 41 vereadores da capital mineira - eram necessários 28 votos para a aprovação.

A proposta, da Prefeitura de Belo Horizonte, tinha como objetivo estipular uma série de diretrizes que serviriam como base para a elaboração de planos, programas, projetos e ações relacionadas às questões climáticas e de melhoria da qualidade de ar.

Com o projeto, o Executivo municipal se comprometia em adotar medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em políticas públicas e ações que envolveriam diversas secretarias, além de incentivar ações de promoção do uso de energia limpa e fontes renováveis, seja no transporte público, na iluminação, na construção sustentável, além do tratamento e destinação correto de resíduos sólidos.

A proposta obteve 25 votos favoráveis, um voto contrário - do vereador Ciro Pereira (PTB) - e 12 abstenções. No entanto, como se tratava de um projeto que exige quórum mínimo de dois terços da Câmara Municipal, ou seja, 28 votos, ele foi rejeitado no plenário.

Três vereadores se manifestaram sobre a votação e culparam a própria prefeitura pela rejeição dos parlamentares à proposta.

“Eu me abstive porque não queria votar contra um projeto tão importante, mas esse governo que está aí eu não voto”, afirmou o vereador Gilson Guimarães (Rede) após a rejeição da proposta.

Para os vereadores Bráulio Lara (Novo) e Jorge Santos (Republicanos), a derrota da prefeitura no plenário da Câmara se deve à “falta de diálogo” com os vereadores.

“Esse é um grande exemplo de quando falta diálogo. O projeto tinha conceitos importantes, mas diversos itens não traziam a clareza necessária ao conjunto de características para deixar uma lei robusta para que não haja nenhuma falha de interpretação quando ela fosse avançar na sua execução”, afirmou o vereador do Novo.

Já o vereador Jorge Santos voltou a cobrar a realização de reuniões da prefeitura com parte dos vereadores da Casa, demanda que vem sendo exigida nos últimos meses.

“Política é feita de gestos e a gente já fez um tanto gesto para a prefeitura. A gente pede diálogo e, quando não há diálogo, acontece isso aí que vocês estão vendo”, disse.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.