A Polícia Federal (PF) agendou o depoimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para o próximo dia 14, no inquérito que investiga a suposta contratação de um hacker para a inserção de dados falsos nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli é investigada por suposta contratação do hacker Walter Delgatti Netto, para inserir informações inverídicas no CNJ, incluindo uma ordem falsa de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Zambelli chegou a ser alvo de mandado de busca e apreensão, em uma operação da PF, no início de agosto. A parlamentar nega as acusações.
Zambelli foi alvo de busca e apreensão em endereços em São Paulo e no gabinete do Congresso Nacional. Na ocasião, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, no âmbito do inquérito que investiga o acesso ilegal aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Na operação, em agosto, os policiais cumpriram um mandado de prisão contra o hacker Walter Delgatti Neto, que ficou popularmente conhecido como hacker da Lava Jato.
Os crimes teriam ocorrido entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos, no sistema do CNJ e de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. A PF investiga os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
O hacker Walter Delgatti Netto foi condenado, no mês passado, a 20 anos e 1 mês de prisão no âmbito da Operação Spoofing, que investiga o vazamento de conversas de autoridades ligadas à Operação Lava Jato.