O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou nesta sexta-feira (27) um acordo bilateral de cooperação entre Brasil e Paraguai para combate ao narcotráfico, ao contrabando de armas, à lavagem de dinheiro e à corrupção. O brasileiro esteve reunido com o presidente paraguaio Santiago Peña, em Assunção, para assinatura do compromisso que prevê uma série de ações conjuntas com as polícias dos dois países.
“Não é apenas uma reiteração de princípios, de intenções. É um compromisso com dimensão prática. Temos uma agenda, metas e datas para concretizar esse desafio. Precisamos atuar contra uma força, as organizações criminosas na área do narcotráfico e do tráfico de armas”, afirmou Dino. O ministro adiantou no encontro que se reunirá em 9 de novembro com autoridades integradas ao Mercosul e parceiras do Brasil, na capital federal, para discussão sobre o combate aos crimes cibernéticos da América do Sul. “Observamos que as criptomoedas têm se transformado em um caminho para a ocultação de bens. Também temos observado instigação a ataques contra escolas, pornografia infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes. As leis têm que estar presentes na internet”, indicou Flávio Dino.
O acordo firmado entre Brasil e Paraguai prevê uma série de agendas bilaterais entre os países. Entre elas está o lançamento da 40ª operação Nova Aliança, que ocorre há cinco anos e se propõe a desmantelar a rede internacional de tráfico de drogas que alimenta as principais facções brasileiras. Segundo o documento, o Brasil ainda oferecerá capacitação para agentes de migração paraguaios no Centro de Comando da Polícia Federal, em Brasília. Os governos realizarão, ainda, um encontro em novembro para definir um programa de trabalho para o Comando de Fronteira que atua na zona de segurança fronteiriça Ponta Porã-Pedro Juan Caballero.
Além da criação de grupos de trabalho que discutirão a operação bilateral no sistema penitenciário e no combate ao tráfico de drogas,o governo brasileiro se propôs a dor dois helicópteros ao Paraguai com o intuito de apoiá-lo nas operações contra narcotraficantes. Essa doação acontecerá apenas mediante a aprovação de um Projeto de Lei proposto pelo deputado Paulo Guedes (PT-MG). A matéria foi aprovada pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e passará pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de seguir ao plenário da Casa. A doação das aeronaves custará cerca de R$ 103,6 mil para os cofres públicos, segundo o parlamentar responsável pelo texto.
