O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) resolveu apagar, das redes sociais, um vídeo que mostra a escolta em tempo integral recebida por Bella Gonçalves (Psol), sua colega na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Caporezzo publicou imagens da parlamentar em um bar
Em áudios enviados a deputados na noite dessa quarta-feira (25), Caporezzo diz que optou pela exclusão do vídeo para prezar pelo “bom relacionamento” nas dependências da Assembleia. Antes, ele recebeu críticas vindas de lideranças do Parlamento,
Aos colegas, o deputado do PL se queixou de um assessor de Bella. Segundo ele, o homem teria tentado levá-lo ao solo também nessa quarta, durante uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia. A deputada do Psol nega a acusação
Decisão judicial
Na terça-feira (24), uma decisão judicial assinada por um magistrado de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), determina a remoção, da internet, do vídeo original sobre o caso.
As imagens, inicialmente publicadas por um homem que foi candidato a vereador em Contagem dois anos atrás, mostram Bella Gonçalves em um bar, durante um momento de folga das atividades parlamentares.
A sentença estipulava, inclusive, multa de R$ 3 mil ao dia caso o vídeo não fosse apagado.
Ontem, à Itatiaia, Caporezzo disse não se arrepender de ter publicado o vídeo.
“Minha crítica foi no seguinte sentido: não dá para você falar que uma mulher, na rua, não pode ter acesso a uma arma de fogo, porque armas só servem para ceifar vidas — e a deputada Bella falou que armas só servem para tirar vidas. Mas ela quer escolta armada da Polícia Militar e viver cercada de todo tipo de proteção. Quem ‘paga o pato’ é a mulher mais pobre”, apontou.
Bella, por sua vez, afirmou que a divulgação do vídeo deu forma a uma “rede de ódio”.
"(Caporezzo) pegou um vídeo que, inclusive, foi interditado pela Justiça e apresenta calúnia e difamação sobre mim, a partir de um registro de eu sentada, tranquila, em um bar, em um domingo, em um horário de descanso. E joga nas redes sociais para tentar, com isso, criar polêmica. Uma rede de ódio se movimenta a partir daí. Um vídeo vira dois, três e uma série de xingamentos de caráter machista e misógino. Alimenta as mesmas redes de ódio que estão, hoje, nos ameaçando”, falou.