O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o Brasil ainda tem desafios que permanecem no país, incluindo o enfrentamento à pobreza extrema. Barroso lembrou que 60 milhões de brasileiros ainda estão em insegurança alimentar, o que representa cerca de 30% da população. “Um país com a condição econômica do Brasil não pode ter gente passando fome”, enfatizou Barroso.
O presidente do STF também fez um discurso contra a desigualdade social no país, e citou um estudo que aponta que as seis pessoas mais ricas do país possuem renda equivalente ao patrimônio de 100 milhões de brasileiros. “Ainda temos problemas dramáticos de uma desigualdade abissal que nos envergonha. Seis pessoas mais ricas no Brasil têm uma riqueza de 100 milhões de pessoas. Tem alguma coisa errada nesse modelo que nós precisamos enfrentar”, disse Barroso.
Ainda em seu discurso, Barroso demonstrou preocupação com o alto índice de violência no país. “Temos índices de violência urbana e rural que superam a violência dos países em guerra”, enfatizou o ministro, ao listar os problemas do país. Barroso advertiu que a escalada do autoritarismo, em sua opinião, está associada às promessas não cumpridas por governantes de prosperidade e igualdade de oportunidade para todas as pessoas. “Acho que nesses 35 anos de Constituição, nós temos andado na direção certa. Ainda quando não, na velocidade desejada”, concluiu Barroso.
O evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em homenagem aos 35 anos da Constituição Federal também contou com as presenças do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, além do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.